Buscar no Cruzeiro

Buscar

Entrevista

Comandante avalia primeiro mês do 55º BPM/I

16 de Setembro de 2025 às 22:04
Beatriz Falcão [email protected]
Tenente-coronel Rodrigo Pezato, comandante da unidade
Tenente-coronel Rodrigo Pezato, comandante da unidade (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

Com a chegada do 55º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), com sede provisória na avenida General Osório, no bairro Trujillo, a segurança em Sorocaba está reforçada. A cidade passa a contar com 383 novos oficiais para ampliar a cobertura policial. A unidade foi inaugurada em 15 de agosto.

Em entrevista ao Jornal Cruzeiro do Sul, após um mês da inauguração, o tenente-coronel Rodrigo Pezato, comandante da unidade, comentou sobre o andamento do novo batalhão e os resultados alcançados em agosto.

Jornal Cruzeiro do Sul (JCS) - Como o senhor analisa esse primeiro mês à frente do 5º BPM/I?

Rodrigo Pezato - O novo Batalhão foi um investimento do Governo do Estado. Sorocaba é uma cidade grande, está entre as maiores do Estado, e não tinha o segundo Batalhão. Enquanto a grande maioria das cidades compatíveis, até menores, já tinham. E um caminho para aumentar o efetivo policial é ter mais um Batalhão, que foi o que aconteceu.

Portanto, houve um aumento real do efetivo de policiais militares na cidade com a criação do Batalhão. Esse aumento veio tanto para a região oeste, local onde a nova unidade está instalada temporariamente, quanto para a região leste, onde está o 7º BPM/I. Com isso, os oficiais conseguem concentrar esforços na metade em que atua.

Por exemplo, a companhia da Força Tática do 7º BPM/I, que tem sede no Jardim Santa Rosália, atuava em toda Sorocaba. Hoje, eles podem atuar somente na zona leste. Até porque a zona oeste tem o novo Batalhão, que tem uma companhia da Força Tática.

Então, na verdade, o novo Batalhão em Sorocaba, pelo crescimento da cidade, estava sendo necessário. A demanda é grande. Quem vive em Sorocaba sabe que cresceu para todos os cantos. Nós estamos encostando em Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora, São Roque e em outras cidades.

Com a pandemia, muitas pessoas vieram para o interior e a segurança está acompanhando esse movimento com o novo Batalhão.

JCS - E como está sendo na prática?

Rodrigo - No mês de agosto, com os números já consolidados, nós detivemos mais de 80 indivíduos, entre presos e flagrantes, entre procurados e capturados. Quem mora na zona oeste da cidade, que é a região em que o batalhão atua, já percebeu o maior número de abordagens de motocicletas, de veículos e de indivíduos suspeitos.

Neste mês, nós fizemos um apanhado das disque-denúncias, das informações que a população trouxe até o Batalhão. E nesta segunda-feira (15), realizamos uma operação, a primeira com apoio externo da Polícia Militar de São Paulo e do 14º Batalhão de Ações Especiais (Baep) de Sorocaba, focando nos locais com concentração de usuários de drogas. E todos esses lugares foram indicados pela própria população. Como resultados, conseguimos prender nove indivíduos, sendo cinco por tráfico de entorpecentes e quatro eram procurados pela Justiça.

Nós contamos com trabalho de inteligência e levantamento de informações para ter êxito nessa operação.

JCS - Após esse primeiro mês, como o senhor enxerga as demandas da unidade? Quais são os principais delitos?

Rodrigo - É o mesmo da maioria das cidades. Por exemplo, a reincidência criminal, que é grande no Brasil como um todo, a desordem social, como usuários de drogas, que, geralmente, motivam o crime. Então, essa é uma preocupação.

Na realidade, a polícia atua onde outros serviços falham, como na educação, na fiscalização de posturas e no trânsito, porque as pessoas morrem em acidentes e perdem suas vidas. Essas são as preocupações da Polícia Militar: não permitir que infratores dominem os espaços. Por isso, a operação desta segunda-feira teve como foco áreas públicas e abertas, onde, em determinados momentos do dia ou da noite, as pessoas até sentiam medo de circular.

Para vocês terem uma ideia, os índices criminais estão caindo esse mês, despencando, na verdade, mas a população não percebe. É difícil passar esse sentimento de que a criminalidade em Sorocaba está diminuindo. As ações contra o crime estão aumentando.

JCS - E como a população pode contribuir com o serviço policial?

Rodrigo - Esses incrementos policiais, como a criação do 55º Batalhão, permite, cada vez mais, que a população denuncie, que traga informações para a Polícia Militar, para termos mais condições de atuar. Portanto, eu até reforço: o 181 é muito importante, o 190 é muito importante. Aliás, o 181 é serviço de denúncia anônima, a pessoa não se identifica.

Claro, a denúncia tem um tempo para chegar para nós. Às vezes a pessoa se frustra porque faz a denúncia e não vê resultado rápido. Além disso, nós temos que trabalhar em cima das informações também, verificar se tem algum fundamento, levantar informações, porque em algumas situações o relato não é o suficiente para a polícia.

Então, se é um crime permanente, a pessoa continua no local, denuncie novamente, traga novas informações, como número de residência, placa de veículo, o maior número de informações possível, porque nos ajuda a direcionar o policiamento.

A comunidade nos ajudando, nós temos condições de direcionar melhor o policiamento, deter indivíduos e melhorar a vida de todo mundo.