No Parque Vitória Régia, Zona Norte de Sorocaba, a manhã de ontem (30) foi diferente. A Paróquia Santa Maria dos Anjos se transformou em um ponto de encontro entre poder público, sociedade civil e comunidade religiosa. Com tendas, filas organizadas e um movimento constante de famílias, a Feira da Saúde e Cidadania ofereceu serviços gratuitos que impactaram desde crianças até idosos.

A iniciativa foi do Instituto São Bento de Assistência Social e Pastoral Familiar da Paróquia Santa Maria dos Anjos, com apoio da Prefeitura de Sorocaba. Durante seis horas, das 8h às 14h, moradores puderam acessar uma estrutura que reuniu em um só lugar serviços de saúde, assistência social, cidadania e oportunidades de trabalho.

Entre os serviços oferecidos, a população teve acesso a aferição de pressão arterial e glicemia, orientação farmacêutica sobre o uso correto de medicamentos, exames de vista, cortes de cabelo e encaminhamentos odontológicos. Ao lado das tendas, estavam estacionados o Sine Móvel, com mais de 300 vagas de emprego, em parceria com empresas como o Pátio e a Vale, e a Casa do Cidadão Móvel, responsável por atendimentos de documentação e serviços fiscais.

A Secretaria da Saúde levou os Ônibus Azul e Rosa, conhecidos por oferecerem exames preventivos, enquanto o Procon Móvel e o Concilia Sorocaba atenderam casos relacionados a direitos do consumidor e conciliação de dívidas. O Cras Vitória Régia reforçou a presença da rede de assistência social, e o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) também esteve presente. “É um trabalho imenso, com vários serviços que conseguimos trazer”, destacou o presidente do Instituto São Bento, Gilmar Ferreira.

Prevenção e educação em saúde

A área de saúde foi uma das mais procuradas durante a feira. Mesas foram montadas próximo ao público para agilizar o atendimento e evitar deslocamentos. O fluxo constante mostrou o interesse da comunidade em aferir pressão, checar glicemia e receber orientações básicas.

O enfermeiro e professor do Instituto Politécnico Irmã Dulce, Renan Tiago Gobbo, relatou que pelo menos 50 pessoas foram atendidas em poucas horas. “O maior público é formado por idosos, mas também recebemos muitos jovens. A ideia é incentivar a população a compreender melhor a própria saúde, aprendendo como lidar com alterações de pressão ou de glicemia. Também realizamos orientações sobre alimentação, principalmente em relação ao aumento da glicemia, já que os índices de diabetes na região vêm crescendo.”

Renan levou estudantes de enfermagem para o atendimento, unindo prática acadêmica e serviço social. “Atualmente, eles estão no módulo de pronto-socorro comigo, mas já passaram por UBS, então já dominam bem essa prática e conseguem orientar a população com segurança. O atendimento acontece aqui mesmo, nas mesas que estão próximas ao público.”

Vozes da comunidade

A aposentada Valdênia Pereira Silva Rocha foi uma das moradoras que aproveitaram a estrutura. Com diabetes diagnosticada, ela destacou a importância de ter acesso rápido a exames básicos.

“Ah, é bom aqui, todo mundo atende bem a gente. Eu acho maravilhoso, tinha que ter sempre, porque às vezes a gente precisa correr para o pronto-socorro. Aqui o ônibus não é bom, lá na vila onde moramos demora muito. Se você não tem carro e passa mal, fica difícil, né, meu filho? Mas está tudo bem, vai ficar bem. Se eu tivesse sabido, teria vindo cedo, porque tenho diabetes e não sabia”, conclui Valdênia.

João Frizo - programa de estágio