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Diferenças de preços em supermercados de Sorocaba chegam a 186%

Caso mais extremo verificado foi da salsicha de 1kg: de R$ 9,98 a R$ 28,58

14 de Agosto de 2025 às 21:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
Cebola, um dos alimentos mais usados na cozinha brasileira, variou até 143% de preço na pesquisa realizada
Cebola, um dos alimentos mais usados na cozinha brasileira, variou até 143% de preço na pesquisa realizada (Crédito: LAVÍNIA CARVALHO)


Uma pesquisa do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (LCSA), realizada nos dias 11 e 12 de agosto de 2025, revelou diferenças de preços que chegam a 186% entre supermercados com vendas on-line na cidade. O caso mais extremo foi o da salsicha de 1kg, encontrada por R$ 9,98 no local mais barato e R$ 28,58 no mais caro.

Outros itens também apresentaram variações expressivas: cebola (143%), tomate (137%), vinagre de álcool (131%) e carnes como pernil e costela, com diferenças acima de 79%. Esses valores afetam diretamente o planejamento das famílias, que precisam encontrar estratégias para manter o orçamento equilibrado.

Para economizar, Francine dos Santos, 44 anos, sempre se organiza na hora de fazer as compras. A empresária afirma que pesquisa antes de comprar e muda de marca ou de supermercado quando encontra preços mais altos que o esperado. Além disso, ela busca realizar a feira em dias de promoções dos estabelecimentos. “O arroz, já vi por R$ 30 e, em promoção, por R$ 20. Então eu aproveito os saldos para comprar alguns produtos, como o azeite, por exemplo, que é o produto que eu mais sinto no bolso”, conta.

No entanto, há pessoas que acreditam ser uma perda de tempo e de combustível realizar pesquisas na hora de fazer as compras. Márcio José da Silveira, de 42, é um dos consumidores que preferem não pesquisar. “Não compensa, você gasta o seu tempo e combustível para estudar os preços.” O motorista de aplicativo também acredita que não vale a pena trocar as marcas dos produtos, em que se está acostumado levar. “O que mais pesa no bolso é a mistura, como carnes e frango. Se está muito caro, às vezes eu deixo de levar, mas trocar por uma marca mais barata eu evito. O barato sai caro depois”, afirma. Na casa dele, arroz, feijão e frutas nunca faltam, e as compras são feitas conforme a necessidade, várias vezes ao mês.

Já Clóvis Gabriel Machado, de 58 anos, adota uma estratégia diferente: prefere compras semanais e, quando possível, substitui produtos por alternativas caseiras. “Já troquei pão por mandioca cozida ou bolo feito em casa”, relata. Para ele, arroz e feijão são insubstituíveis, mesmo com preços altos. No bolso, o café é o que mais pesa para ele atualmente.

Os três consumidores representam perfis diferentes diante da mesma realidade: enquanto alguns prezam pela praticidade, outros transformam a pesquisa e a substituição de produtos em táticas de economia. Os dados da pesquisa reforçam que, em tempos de instabilidade econômica, fazer compras exige cada vez mais planejamento e cálculo, seja ele feito na ponta do lápis, no aplicativo do supermercado ou no dia a dia da cozinha. (Lavínia Carvalho - programa de estágio)

 

 5 DICAS NA HORA DA COMPRA

1 - Fazer uma lista do que realmente precisa, levando em conta o tamanho e os hábitos de sua família, para reduzir o risco de levar produtos desnecessários.

2 - Pesquisar os preços nos folhetos publicitários e anúncios dos supermercados compará-los com os preços praticados nos pontos de venda. Se perceber que o estabelecimento não está cumprindo a oferta, converse com o gerente e, se for o caso, denuncie a um órgão de defesa do consumidor

3 - Não fazer compras com pressa, pois é necessário disponibilizar um tempo para comparar preços e marcas, ler os rótulos dos alimentos, verificar data de validade e condições da embalagem, por exemplo.

4 - Ficar atento às estratégias de marketing, como, por exemplo, disposição de uma marca de produto em oferta em corredores centrais, distante das gôndolas que contenham o mesmo produto com marcas diferentes. Essa manobra faz o consumidor deixar de comparar o preço desse produto com os demais, de outros fabricantes.

5 - Verificar se você está economizando ao levar um produto com embalagem menor. Às vezes, a redução no preço não é proporcional à redução na quantidade.