O Projeto Pérolas é um espaço institucional de acolhimento em Sorocaba, com a intenção de promover a escuta e cuidado dedicado a mulheres que vivenciam a dor profunda do luto materno, especialmente, o luto gestacional e neonatal, muitas vezes ignorado ou negligenciado nas políticas públicas e nos fluxos de atendimento da rede.

A Secretaria da Mulher, da Prefeitura de Sorocaba, fará o contato com instituições que atendem esse público informando sobre o projeto e disponibilizando o acesso às inscrições para as interessadas. Após inscrição, a mulher passará por um atendimento individual com a preparação da inscrita para um trabalho coletivo com oficinas terapêuticas e rodas de partilha conduzidas por profissionais capacitados. O objetivo final é a redução do sofrimento psíquico das mulheres atendidas.

O foco inicial está no luto gestacional e neonatal, mas o acolhimento se estende também a mães que perderam filhos em outras etapas da vida. O projeto visa a atuar com valores como: empatia e escuta ativa; sigilo e respeito; acolhimento sem julgamentos; humanização do cuidado; reconhecimento do luto como processo legítimo e o cuidado centrado na singularidade da experiência materna.

E busca atender mães, residentes em Sorocaba, que tenham vivenciado situações como as perdas gestacionais, fetais ou neonatais, principalmente. O projeto também leva em conta os reflexos dessa realidade, que pode impactar na saúde mental da mulher e suas repercussões nos aspectos familiares e sociais que a cercam; bem como considerar a ausência de acolhimento nesse contexto e, ainda, o possível isolamento social ou traumas gerados por essa vivência.

“Esta é uma medida muito importante, especialmente neste mês, quando damos início à campanha do Agosto Lilás, com uma série de ações voltadas à proteção da mulher. Apoiar a mulher em seu momento de maior fragilidade é um dos propósitos principais da Secretaria da Mulher”, comenta a secretária titular da pasta, Rosângela Perecini.

Partindo da sensível metáfora do psicanalista, educador e autor Rubem Alves, “pérolas são feridas cicatrizadas”, o projeto compreende o luto como um processo íntimo, invisível e devastador, que, quando acolhido com empatia, pode ser transformado em força, ressignificação e sentido para a vida. (Da Redação)