Polícia
Jardim Simus vive onda de furtos de hidrômetros
Moradores relatam que policiamento foi reduzido e há falta de segurança
A câmera de segurança registra o momento em que um homem, com mochila nas costas e boné escuro, se aproxima do muro de uma residência no Jardim Simus. Ele observa o movimento da rua, agacha-se diante do cavalete de água e, com poucos movimentos, em cerca de dois minutos, arranca o hidrômetro. Logo em seguida, é possível ver, nas imagens, que a água começa a vazar.
A cena foi registrada na madrugada de terça-feira (29), às 5h37. A ação rápida e silenciosa já não é novidade para os moradores do bairro, que convivem diariamente com o problema. No dia seguinte, quarta-feira (30), a escada de um prestador de serviço também foi levada por criminosos.
Segundo os moradores, há cerca de um ano o policiamento diminuiu no bairro. Desde então, os furtos em geral se tornaram mais comuns. Alguns relatam que vivem com medo e não sabem mais o que fazer ter segurança.
“Nós tínhamos ronda duas vezes por semana, às vezes até mais. As pessoas suspeitas eram abordadas, e hoje não temos mais essas rondas da polícia. Nós não vemos mais a polícia aqui no bairro. E acreditamos que existam foragidos da Justiça, que saem da prisão e não retornam”, disse a dona de casa Sandra Almeida, moradora do Jardim Simus há 20 anos. Ela conta que, além de residências, prédios públicos como a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Centro Esportivo Padre André Pieroni, no bairro, já foram furtados.
Para tentar proteger a própria residência, Sandra instalou oito câmeras de segurança. O equipamento voltado para a área externa está, inclusive, protegido por uma grade. Além disso, a dona de casa colocou concertina sobre o muro e escondeu o hidrômetro com argamassa. “A minha vizinha deixou a casa para alugar. A residência estava vazia e foi invadida seis vezes. Só o hidrômetro foi furtado três vezes na semana passada.”
O engenheiro de automação Renato Terciani conta que praticamente todos os moradores têm câmeras de segurança. No entanto, isso não tem inibido a ação dos criminosos. De acordo com Terciani, todos os meses acontecem reuniões do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg). Os temas são discutidos, mas não há resolução para o problema. “É cansativo relembrarmos todas as vezes a mesma coisa, e parece que o feedback não é positivo. Não ocorre mais policiamento, não ocorrem mais abordagens, ou, pelo menos, a gente não vê. É menos frequente a passagem de viaturas pelo bairro.”
Zeka Bocardi, presidente do Conseg na zona oeste, encoraja a população a participar das reuniões. “Estamos conversando com os órgãos públicos, tentando buscar soluções junto a eles, e é preciso a colaboração dos moradores também. É muito importante que colaborem com as medidas de segurança que são passadas, não só pelo Conseg, mas também pelo Programa Vizinhança Solidária.”
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o policiamento na região será reforçado com base nos indicadores criminais e denúncias da população e é fundamental que as vítimas formalizem o registro do boletim de ocorrência, seja presencialmente nas unidades policiais territoriais ou pela Delegacia Eletrônica.
A Polícia Militar respondeu que tem ciência das preocupações relatadas pelos moradores do Jardim Simus e reforça que vem intensificando sua atuação, com foco em abordagens, ações preventivas e fiscalização, especialmente em áreas com histórico de ocorrências.
A Prefeitura de Sorocaba, por sua vez, observou que a PM é a responsável pelo policiamento ostensivo na cidade e a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza o patrulhamento preventivo nos espaços e próprios públicos. A prefeitura ressalta que executa o programa Humanização, com ações diárias de abordagem social em todas as regiões da cidade, integrada com a GCM, cujas equipes percorrem diariamente todas as regiões, assim como a do Jardim Simus. Além disso, a administração municipal informa que finaliza a instalação de alarmes em todas as UBSs do município, e a UBS do Jardim Simus já tem o equipamento instalado.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) recomenda a mudança dos hidrômetros antigos para a caixa padrão, pois o equipamento fica fechado em dispositivo lacrado, que dificulta o acesso de pessoas não autorizadas.
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