A chegada de uma nova frente fria em Sorocaba nesta terça-feira (29) provocou uma queda acentuada nas temperaturas e aumentou a umidade do ar, transformando o clima da cidade e influenciando o dia a dia dos moradores e comerciantes. De acordo com as previsões meteorológicas, nos últimos dias do mês de julho as temperaturas devem continuar a cair, trazendo um clima ainda mais rigoroso para a região.

Esse cenário, típico do inverno — que oficialmente vai até 22 de setembro —, reflete no comportamento da população, que precisa se adaptar rapidamente às condições mais frias e úmidas. Nas ruas do centro de Sorocaba, a reportagem conversou com moradores que expressaram suas dificuldades e cuidados diante do frio, bem como com comerciantes que sentem o impacto dessas mudanças no movimento e nas vendas.

Marco Antônio Batista, aposentado de 69 anos, é um exemplo daqueles que sentem fortemente o efeito do frio no corpo. Ele explica que sofre de artrose e artrite, condições que tornam as dores articulares mais intensas quando as temperaturas caem. “Ah, o frio pegou de surpresa, né? Eu não gosto do frio não. Pra mim tem que ser calor, porque eu sofro de dores nos ossos. Dói muito as pernas, os braços. Tem que se vestir bem e procurar o sol, é o único jeito”, conta. Para Marco Antônio, a prevenção é essencial para evitar complicações. Ele enfatiza a importância da vacinação contra a gripe e o cuidado redobrado com a saúde, especialmente para quem, como ele, já está na faixa dos 70 anos. “Tem tanta doença hoje em dia que a gente já nem sabe mais como lidar. Tem que se prevenir”, alerta.

Além do impacto na saúde, o frio afeta o comércio local, que observa uma mudança no comportamento dos consumidores. Mirian Oliveira, comerciante de 36 anos, trabalha vendendo brinquedos no centro da cidade e relata que a combinação de frio e chuva afasta muitos clientes, especialmente as crianças, que são o público principal do seu negócio. “É gostoso, é bom, mas pra trabalho é meio complicado. No frio e com chuva, as pessoas não saem tanto. As crianças acabam ficando mais em casa, e isso reflete nas vendas”, explica. Mirian trabalha no centro há quatro anos e percebe que essa queda no movimento é tradicional toda vez que uma frente fria chega à cidade.

Por outro lado, nem todos os comerciantes sentem impacto negativo com o frio. Renato Gomes, de 68 anos, vende roupas e acessórios para temperaturas baixas, como meias, toucas e luvas, e vê nessa época uma oportunidade para aumentar as vendas. “Para nós está ótimo, está vendendo bem. Essa época é esperada para vender esses produtos. Com esse frio, as vendas aumentaram”, conta. Renato, que chega ao centro de Sorocaba por volta das sete horas da manhã, sabe bem como se proteger do frio para enfrentar a rotina: “A gente vem bem agasalhado, porque é preciso estar preparado para atender os clientes, muitos deles que trabalham nas lojas e não têm roupa adequada para o frio”.

Enquanto isso, os moradores de Sorocaba se adaptam aos desafios trazidos pela estação, ajustando suas rotinas e buscando maneiras de enfrentar o frio sem comprometer a saúde e o bem-estar. Com o inverno que segue até setembro, a expectativa é que as temperaturas continuem baixas e que as pessoas permaneçam atentas aos cuidados necessários para atravessar a estação da melhor forma possível. (Murilo Aguiar - programa de estágio)