Em um trecho específico, é possível ver as duas camadas de asfalto de remendos anteriores. Pode-se notar o desnível, principalmente quando passam os veículos pelo viaduto dos Ferroviários, que liga a rua Comendador Oeterer ao centro de Sorocaba. Apesar do reparo, a fissura reaparece. O problema foi noticiado em janeiro deste ano pelo Cruzeiro do Sul.

O viaduto Jânio Quadros, também na região central, apresentou problema semelhante no início do ano. No entanto, o viaduto recebeu manutenção realizada pela Secretaria de Obras (Serpo) e o asfalto está nivelado — não apresentou mais rachaduras ou novos desgastes.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (Aeas), Henrique Deliberali, o local onde está ocorrendo a fissura é um espaço necessário. “O viaduto se movimenta com o sol, com a baixa temperatura, com os carros, caminhões e ônibus que passam por cima. A dilatação é esse vão, entre um lado da ponte e o outro, dispositivo que se chama ‘junta de dilatação’, responsável pela elasticidade para que o viaduto não trinque por inteiro. Esse elemento construtivo tem um tempo de manutenção, de acordo com o projeto, e periodicamente tem que ser feita uma inspeção no local, para verificar se o conjunto está devidamente composto”, explica.

A junta de dilatação tem um passo a passo de materiais para ser preenchido sem que afete a função original. “O espaço é preenchido com um material elástico, para não passar detritos debaixo do viaduto, água, umidade e por fim, a junta, que é uma capa, feita com elastômero, um polímero com propriedades elásticas e em alguns casos colocam uma massa asfáltica por cima, fica até mais vedado”, explica Deliberali.

O que está ocorrendo com os viadutos da cidade é a falta de manutenção correta das juntas, fazendo com que parte da cobertura sofra desgaste com o tempo. “Essa junta, um lado da parede e o outro lado se chamam ‘lábio’ e esses lábios se deterioraram porque a capa saiu. Automaticamente é necessário fazer uma manutenção para reestruturar todo esse corpo da junta de dilatação”, diz o engenheiro.

Segundo a Prefeitura de Sorocaba, “o estudo está em fase de elaboração de orçamento e será executado por meio de parceria público-privada”. A Serpo afirmou ainda que efetua vistorias periódicas por engenheiros e realiza trabalhos de manutenção conforme a demanda.