Os jovens do sexo masculino que completam 18 anos em 2025 e perderam o prazo de alistamento militar — encerrado em 30 de junho — devem procurar uma Junta de Serviço Militar para regularizar a situação. Em Sorocaba, o atendimento é na rua Comendador Hermelino Matarazzo, 43, Vila Santa Rita, próximo à entrada da Escola Municipal Matheus Maylasky.

Em visita à Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do Cruzeiro do Sul, o tenente-coronel André Zanella Neto, comandante da Base de Apoio Regional de Sorocaba, explicou a importância de se manter em dia com o serviço militar. “Se ele não se alistar no ano devido, entra em uma situação que chamamos de ‘submisso’. Fica em dívida com o serviço militar. A pessoa não consegue prestar concurso público, tirar passaporte e emitir diversos documentos necessários para o exercício da cidadania.”

O alistamento militar é obrigatório no Brasil apenas para os jovens do sexo masculino. No entanto, em 2025, pela primeira vez, mulheres nascidas em 2007 puderam se alistar de forma voluntária. Segundo dados oficiais, 33.721 mulheres se alistaram neste ano, com a maior parte dos registros no estado do Rio de Janeiro. As candidatas concorrem a 1.465 vagas nas Forças Armadas, sendo 155 para a Marinha, 1.010 para o Exército e 300 para a Aeronáutica.

Em Sorocaba, estão previstas vagas para mulheres a partir de 2027, o que exige que o alistamento seja feito em 2026. “Hoje já existe segmento feminino no Exército, mas apenas para sargentos e oficiais. Não há vagas para soldados ainda. Estão sendo estudadas mudanças, principalmente no aspecto orçamentário, pois é necessário adaptar banheiros e alojamentos para recebê-las. O primeiro local a receber será em São Paulo. Em Sorocaba, há previsão para 2027”, detalha Zanella.

Base de Sorocaba

A Base de Apoio Regional do Exército de Sorocaba, antiga 14ª Circunscrição de Serviço Militar, está localizada no bairro Santa Rosália e atua há 79 anos. Além do alistamento, o efetivo desempenha diversas funções administrativas. Entre elas está a fiscalização de produtos controlados, como o nitrato de amônio — usado tanto na fabricação de fertilizantes quanto de explosivos. “Importamos muito nitrato de amônio por meio do Porto de Santos e do Porto de Paranaguá. É um produto altamente controlado, e quem faz esse controle é o Exército, desde a época de Getúlio Vargas”, observa o comandante.

A unidade também é responsável pela gestão do Fusex (Fundo de Saúde do Exército). “Temos hospitais próprios e unidades contratadas. É uma atividade meio, mas essencial. Se um soldado se machucar, ou se alguém se ferir em combate, é necessário ter uma estrutura de saúde preparada para recebê-lo”, completa.

Conflitos e missões de paz

Em um cenário internacional marcado por diversos conflitos armados, o comandante da Base de Sorocaba ressaltou que o Brasil mantém uma postura pacifista. Segundo ele, o país não envia tropas para guerras que não envolvam interesses geopolíticos diretos, mesmo com parceiros e aliados.

“O Brasil tem tradição em missões de paz. Em 2015 e 2016, participou de uma no Haiti. Havia expectativa de enviar tropas à África, mas o custo logístico pesou muito. O Haiti, por estar no Caribe, era mais acessível. A África, por outro lado, envolve desafios muito maiores. Nosso perfil é mais voltado à diplomacia e à ajuda humanitária”, conclui.