Desde muito cedo, Samuel Lucas Santos de Brito já mostrava sinais de uma inteligência fora do comum. Com apenas um ano, ele já reconhecia todas as letras do alfabeto, distinguindo vogais e consoantes, além de identificar as cores. A curiosidade do menino de Votorantim vai muito além do esperado para uma criança de sua idade. Com apenas cinco anos, ele sabe inglês, conta números de trás para frente e demonstra interesse especial por temas como planetas, sistema solar, bandeiras e países.

A mãe, Camila Santos de Brito, começou a perceber a diferença no comportamento do filho comparado com outras crianças da mesma idade e passou a comprar brinquedos que chamavam mais a atenção do menino, como passatempos com formas, cores e letras. Depois de registrar esses momentos, Camila decidiu conversar com uma pedagoga da escola, próximo ao bairro onde a família mora. Com o apoio da profissional e dos familiares, Samuel realizou testes com um neuropsicólogo. Com resultado de superdotado e com QI de 134, os pais ficaram orgulhosos, apesar da resposta já ser esperada.

A rotina de Samuel, apesar da inteligência avançada, ainda é marcada pelo comportamento típico de uma criança de 5 anos. “O cognitivo dele é muito avançado, mas a mentalidade está de acordo com a idade. Ele faz birra, tem vontade de brincar como qualquer criança”, explica a mãe. O desafio está em proporcionar um ambiente escolar que entenda suas necessidades e o ajude a se desenvolver emocionalmente.

Na escola onde Samuel estuda, a direção já está buscando formas de oferecer suporte especializado, como uma professora auxiliar para atividades adaptadas. A família também considera a possibilidade de uma bolsa em escola particular, desde que o ambiente acolha o filho emocionalmente e compreenda sua condição integralmente.

Diferença e não peso

Além do acompanhamento neuropsicológico, Samuel foi encaminhado para psicopedagogia e terapia, para ajudá-lo a compreender que sua superdotação é uma diferença, e não um peso. “É importante que ele entenda que é uma criança diferente, para não criar barreiras emocionais no futuro”, explica Camila, que ressalta a importância do suporte emocional para evitar que a criança perca o interesse ou se sinta isolada.

Samuel é descrito como uma criança amorosa, empática e cheia de energia, que elogia as pessoas ao seu redor e demonstra grande sensibilidade. “Ele é muito maravilhoso, ajuda todo mundo e tem uma curiosidade imensa, sempre perguntando o que significa cada coisa”, conta a mãe.

A mãe almeja que o filho tenha o futuro mais promissor possível. “Eu quero o melhor para ele, sempre buscamos o ideal para os nossos filhos. Seja em uma escola particular ou não, eu espero que ele tenha o suporte educacional adequado. Sempre desejamos condições que favoreçam o desenvolvimento dele ainda mais.”

A história de Samuel inspira reflexão sobre os cuidados necessários para apoiar crianças superdotadas, equilibrando seu desenvolvimento intelectual e emocional. Com o amor da família e o apoio adequado, ele caminha para um futuro promissor, mostrando que superdotação é muito mais do que números e testes: é uma maneira única de ver e interagir com o mundo. (Lavínia Carvalho - programa de estágio)