Saúde
Governo de SP reforça campanha de vacinação contra o sarampo
Com cinco casos confirmados no Brasil, um deles em São Paulo, população é convocada a atualizar a tríplice viral
O Governo de São Paulo voltou a emitir um alerta sobre o risco de reintrodução do sarampo no Brasil, motivado pelo aumento de casos em países vizinhos e pelos cinco registros confirmados neste ano, um deles em solo paulista, cuja origem ainda está sendo investigada. Com o início das férias escolares e o calendário de alta temporada, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) recomenda à população que aproveite as próximas semanas para checar sua caderneta de vacinação e, se necessário, buscar o reforço da vacina tríplice viral, que protege simultaneamente contra sarampo, rubéola e caxumba.
Segundo a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES-SP, Tatiana Lang, “o sarampo é um vírus altamente contagioso, transmitido por gotículas expelidas quando a pessoa infectada tosse, espirra ou fala. Após o contato, os primeiros sinais aparecem em até três semanas, e só depois surgem as manchas vermelhas que dão nome à doença. É importante lembrar que quem estiver com sintomas, mesmo leves, deve evitar ambientes com muitas pessoas e procurar atendimento imediato”.
Dicas para quem vai viajar
Na prática, as diretrizes estaduais recomendam que quem tiver viagem programada dentro ou fora do País atualize a vacinação com pelo menos 15 dias de antecedência. Crianças de 6 a 11 meses, consideradas em grupo de risco, devem receber a chamada “dose zero” da tríplice viral, um reforço extra que não substitui as doses padrão do calendário nacional, mas amplia a proteção durante viagens. De volta ao destino de origem, qualquer sintoma de febre associado a erupções cutâneas em até 21 dias pede isolamento e notificação à Vigilância Sanitária.
Os números mostram que a estratégia vem dando resultado: entre 2022 e 2024, a cobertura da primeira dose da tríplice viral em São Paulo subiu de 78,4% para 98,7%. Outras vacinas do calendário infantil também registraram saltos expressivos, a vacina contra febre amarela passou de 64,4% para 81,2%; a pentavalente, de 76,7% para 91,8%; e a BCG alcançou a meta nacional, subindo de 82,1% para 90,3%. Especialistas atribuem esse desempenho à combinação de campanhas em unidades básicas, programas de busca ativa em escolas e ações itinerantes em feiras e comunidades.
Quem ainda precisa se vacinar
A SES-SP reforça ainda que adolescentes e adultos de 5 a 29 anos devem completar o esquema de duas doses da tríplice viral, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas; enquanto quem tiver entre 30 e 59 anos e não comprovar histórico vacinal precisa tomar ao menos uma dose. Profissionais que atuam em saúde, turismo, hotelaria, transporte, alimentação e educação também são públicos prioritários, dada a maior circulação de pessoas e ao contato intenso no dia a dia.
Em âmbito global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou, em 2024, surtos em todas as suas regiões, reflexo de lacunas no combate à pandemia que afetaram campanhas de imunização, bem como da retomada das viagens internacionais. O Brasil chegou a eliminar localmente o sarampo em 2016, mas ainda sofre com casos importados e, eventualmente, com transmissão autóctone quando a cobertura vacinal cai. “Precisamos manter a vigilância e o alto índice de vacinação para não voltar atrás”, alerta Tatiana Lang.
Dúvidas e esclarecimentos
Para esclarecer dúvidas, a SES-SP lançou o portal “Vacina 100 Dúvidas” (www.vacina100duvidas.sp.gov.br), que reúne respostas às perguntas mais frequentes sobre imunização, desde efeitos colaterais até orientações sobre a rotina de vacinação de bebês, crianças, jovens e adultos. Em caso de qualquer sintoma suspeito de sarampo, o cidadão deve procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima, levando sempre a caderneta de vacinação. (Da Redação, com informações da Agência SP)