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Inacabada

Obra no calçadão de São Roque atrasa

Comerciantes reclamam da demora para concluir revitalização e alegam prejuízos com queda nas vendas

05 de Julho de 2025 às 21:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Reforma começou em outubro de 2024, sofreu paralisações e nova empresa foi contratada
Reforma começou em outubro de 2024, sofreu paralisações e nova empresa foi contratada (Crédito: ALISSON ZANELLA (3/7/2025))

A revitalização do calçadão Dr. Stevaux, no centro de São Roque, tem deixado comerciantes frustrados com os impactos da obra inacabada. Iniciado em outubro do ano passado, o projeto já enfrentou paralisações, atraso no cronograma e até o rompimento do contrato entre a prefeitura e a empresa inicialmente contratada. Com a contratação de uma nova empreiteira, as intervenções foram retomadas recentemente e a intenção é de que os serviços sejam concluídos em até dez meses.

Enquanto a revitalização não é finalizada, os comerciantes e funcionários de lojas relatam prejuízos. Letícia Batista Souza, atendente em uma das lojas, ressalta que a queda no número de clientes foi o principal reflexo da obra atrasada. “A perda de movimento foi um dos piores fatores que aconteceu. Toda a mercadoria está com pó. A gente teve que colocar as coisas na promoção para ver se vende, mas mesmo assim o movimento é muito pouco. Ninguém quer ficar vindo aqui com toda essa bagunça”, desabafa.

Além da queda nas vendas, há reclamações sobre condições precárias de trabalho. “A gente tem que trabalhar no escuro, às vezes com lanterna, A parte elétrica, ela (dona da loja) vai ter que pagar no particular, como todos os outros comerciantes vão ter que pagar. Por enquanto, tivemos somente gastos desde que as obras começaram”, diz Letícia.

Um desafio recorrente é o impacto direto das obras no acesso às lojas. “Desde o começo das obras, a gente está sofrendo muitos problemas com poeira, sujeira, barro, por conta do tempo. Eles estão interditando algumas vezes a rua, e isso influencia bastante no fluxo da loja, que acaba dando uma caída nas vendas”, conta a gerente Marielen Ambrósio Martins.

Comerciantes, que não quiseram se identificar, citaram situações que colocaram em risco a segurança dos moradores e trabalhadores. Como por exemplo, um poste de energia elétrica que caiu na rua e deixou os lojistas sem energia. Também houve falta de água. Outro problema afirmado por funcionários, foi o fechamento da rua sem um aviso prévio aos varejistas, que perderam o dia de trabalho devido a essa interrupção. Além de ter de fechar as lojas por todo o dia, também já tiveram que encerrar o serviço mais cedo pela ausência de clientes.

Mais uma complicação enfrentada são a dificuldade de acesso ao calçadão e a falta de acessibilidade. Em razão das obras, dos equipamentos, dos trabalhadores e os entulhos, muitos cidadãos como idosos, pessoas com baixa capacidade de mobilidade e deficiência visual optam por não andar pelo calçadão.

Apesar do novo prazo estabelecido para a conclusão das obras (até o segundo trimestre de 2026), o clima entre os lojistas ainda é de incerteza. Muitos temem que os transtornos se prolonguem, afetando ainda mais o comércio em uma das regiões mais movimentadas da cidade.

R$ 2,4 milhões

O Departamento de Planejamento e Meio Ambiente de São Roque informou que, após o rompimento de contrato com a antiga empresa, uma nova companhia assumiu as obras de reforma e ampliação do Calçadão Municipal, que seguem em andamento (desde 12 de maio) e com previsão de conclusão em até 10 meses. Para acelerar o cronograma, as obras ocorrem em toda a extensão do calçadão, 24 horas por dia, com equipes revezando os turnos, diz o departamento. A expectativa é liberar o calçadão, pelo menos parcialmente, entre o final de julho e o início de agosto.

“O projeto prevê um projeto arquitetônico inédito para o centro da cidade, novo piso, fiação subterrânea e paisagismo renovado, com investimento de mais de R$ 2,4 milhões do Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos). A revitalização trará um visual moderno, valorizando o comércio, a mobilidade e a experiência de moradores e visitantes”, finaliza o órgão.

A CPFL Piratininga informou que o poste comprometido pelas escavações realizadas por terceiros no local mencionado, já foi regularizado, e o fornecimento de energia aos clientes afetados pelo incidente também foi restabelecido.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que precisou fazer o reposicionamento da tubulação de água que abastece o local durante o avanço da reforma do calçadão. O abastecimento na região está normalizado.