Pesquisa
Cesta básica tem leve queda em junho, mas sobe 9% em um ano
Pesquisa aponta redução de 0,81% no mês e altas em metade dos produtos, com destaque para extrato de tomate e biscoito
A pesquisa da cesta básica realizada pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Uniso (LCSA) em Sorocaba, no mês de junho, mostra que o custo da cesta básica na cidade está, em média, em R$ 1.170,15. Houve uma baixa de 0,81% em relação a maio de 2025 e uma alta de 9,19% em comparação a junho de 2024.
A redução do preço da cesta básica no mês passado ocorreu em sentido contrário ao resultado do índice oficial de inflação (IPCA-15), que registrou elevação de 0,26%, conforme apontou a pesquisa.
Dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 17 apresentaram alta de preço em junho de 2025. Entre os que tiveram as maiores altas estão: o extrato de tomate, de 370g (8,07%), que passou de R$ 7,56 por unidade em maio para R$ 8,17 em junho; o pacote de 200g do biscoito água e sal (6,84%), que subiu de R$ 3,51 para R$ 3,75 por unidade; o papel higiênico com 16 unidades (5,03%), que passou de
R$ 22,66 para R$ 23,80; e o sabão em pó, de 800g (4,29%), com aumento de R$ 11,20 para R$ 11,68 por unidade. A elevação do preço do extrato de tomate pode ser atribuída ao aumento no valor do fruto, ocorrido em abril. Devido ao processo fabril e ao giro de estoque dos supermercados, o impacto foi sentido no extrato apenas em junho.
Quanto às maiores quedas, destacam-se: a cebola
(-6,74%), que passou de R$ 6,23 por quilo em maio para R$ 5,81 em junho; o pacote de arroz de 5 kg
(-4,93%), que caiu de R$ 28,79 para R$ 27,37 por unidade; o achocolatado de 400g (-4,61%), que recuou de R$ 9,55 para R$ 9,11; e o desodorante roll-on (-4,19%), que caiu de R$ 10,27 para R$ 9,84. A cebola tem apresentado volatilidade nos preços nos últimos meses, com elevação significativa em maio, seguida da maior queda em junho. Essa oscilação é influenciada pela transição de safras e pela oferta e demanda do produto. O arroz segue em sequência de quedas, devido à maior oferta no mercado. As carnes, especialmente às de primeira, também apresentaram redução, causada pelo aumento na oferta de gado, que diminuiu o preço da arroba. Apesar de não figurar entre as principais quedas, o preço do leite longa vida e da muçarela também recuou, influenciado por melhores resultados na produção e redução de custos, tendência que deve continuar nos próximos meses.
A esteticista Thamy Marques, que foi ao supermercado com a filha Lívia para fazer as compras do mês, comenta que, apesar da alta dos produtos, sempre procura promoções. “Se os itens básicos estão em promoção, aproveito, mas não tem muito como fugir dos preços altos”, afirma.
O advogado e ex-diretor do Procon de Votorantim, Gentil Pereira Garcia, que acompanhou a esposa Rosmari nas compras em Sorocaba, destacou a importância de pesquisar e analisar os produtos, pois muitas vezes os itens com preço menor também apresentam menor quantidade. “A dica é analisar os produtos, pois muitos são vendidos por um preço menor, mas em menor quantidade. Os consumidores são atraídos pelo preço baixo, mas acabam pagando mais por unidade, o que nem sempre é vantajoso”, explica.