Saúde
Transferência médica é tormento para quem espera
Um idoso de 77 anos aguardava transferência para um hospital de Sorocaba desde segunda-feira (30). De acordo com relatos de familiares, ele foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Éden com um quadro de vômito, febre e fortes dores na cabeça e no estômago. Até pouco antes da conclusão da reportagem, no início da noite de ontem (2), não havia diagnóstico e o paciente aguardava na fila de espera entubado. Prefeitura de Sorocaba e Estado de São Paulo foram contatados e divergiram sobre atribuições de transferências, mas no fim foi decidido que ele seria levado para a Santa Casa de Sorocaba.
“Nós estamos muito preocupados, porque o estado de saúde dele piora cada dia mais. Na segunda, quando deram entrada na internação, apenas o deixaram no soro e fizeram exames de sangue e urina. Na madrugada, ele gritava e se contorcia de dor”, relata Mariana Aparecida da Silva Figueiredo, 38 anos, filha do paciente. “Só deram um analgésico para ele depois da troca de plantão, quando o médico percebeu que ele já tinha perdido os sentidos.”
De terça (1º) para ontem (2), a saturação de oxigênio do senhor abaixou e, desta forma, foi necessária a entubação. Aos familiares, a equipe médica da UPA informou que na unidade não há equipamentos e materiais para realizar os exames necessários.
“Eles acreditam que possa ser uma infecção bacteriana e pediram a transferência para um hospital que tenha um neurocirurgião. Contudo, está demorando demais, tenho medo que meu pai não resista”, explica Mariana. “Eles deixaram meu pai sofrer com dor até perder os sentidos e agora não conseguem transferência”.
Questionada a respeito, em um primeiro momento, a Secretaria de Saúde (SES) de Sorocaba informou que o paciente está sendo assistido integralmente enquanto aguarda transferência para o hospital, e que os familiares estavam no acolhimento na unidade e os relatórios médicos devidamente fornecidos pelos profissionais médicos.
Já a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que o paciente estava apenas na regulação (medidas de atendimento médico) municipal, “eles (prefeitura) não inseriram no (sistema) estadual”. Na sequência, a prefeitura afirmou que uma vaga saiu e o paciente seria transferido para a Santa Casa.