O Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo (Ipem-SP) realizou, nesta terça (1º) e quarta-feira (2), a verificação metrológica de radares em quatro pontos de Sorocaba. Os equipamentos localizados nas avenidas Comendador Camillo Júlio, Tadao Yoshida, Itavuvu e Dom Aguirre passaram pelo procedimento, iniciado às 9h. A análise dura, em média, de 20 minutos a uma hora.

Os radares de velocidade são submetidos a um rigoroso processo de verificação anual para garantir que estejam funcionando corretamente e cumprindo seu principal objetivo: salvar vidas por meio da redução de acidentes. A conferência técnica dos aparelhos foi acompanhada por equipes especializadas e agentes de trânsito municipais.

Durante o procedimento, são feitas 15 passagens por radar,  cinco por faixa, com um equipamento padrão que mede a velocidade do veículo teste. “A gente compara a velocidade que o equipamento está registrando com a do nosso padrão. Se a diferença estiver entre cinco quilômetros por hora a mais ou a menos, o radar é aprovado”, explica Luiz Antônio Godinho da Silva, delegado regional do Ipem Sorocaba. Se o desvio ultrapassar esse limite, o equipamento é reprovado, passa por manutenção e nova vistoria é agendada. Radares sem certificação não podem operar nem gerar multas.

A verificação considera ainda critérios como lacres intactos, legibilidade da imagem captada e presença de todas as informações obrigatórias. Quando todos os requisitos são atendidos, é emitido um certificado com validade de 12 meses. A ação depende do apoio da equipe de trânsito, responsável por interditar temporariamente a via, já que a empresa não pode fazer isso sozinha. Os agentes escolhem horários de menor movimento, fora dos picos, para não comprometer o fluxo de veículos na cidade.

Função educativa

Mais do que autuar, os radares têm função educativa e preventiva. “Você inibe o uso indevido da via, previne acidentes, principalmente em trechos urbanos com travessias e grande circulação de ônibus, como é o caso aqui”, afirma Eduardo Costa, coordenador de contratos da empresa responsável pela manutenção. Segundo ele, a presença dos equipamentos contribui para educar motoristas e reduzir o risco de colisões.

Além de registrar infrações de velocidade, os radares de Sorocaba fazem leitura automática das placas em tempo real, permitindo integração com bancos de dados públicos e auxiliando na identificação de veículos roubados ou irregulares. “Hoje, o radar vai além da multa. Ele faz parte de uma logística de cidade inteligente”, completa Eduardo.

Legalidade

Para garantir a legalidade das autuações, os radares devem estar com a verificação metrológica em dia. Caso o equipamento esteja com o certificado vencido ou em manutenção, ele não pode registrar infrações. A situação de cada radar pode ser consultada pelos cidadãos no site do Ipem-SP, por meio do número do equipamento indicado no auto de infração. A verificação vai além de uma exigência técnica: trata-se de um compromisso com a segurança viária. Os pontos de fiscalização são definidos pela Prefeitura com base em dados de acidentes, priorizando locais com maior risco.

Como funciona?

O radar é um equipamento que detecta objetos a longa distância por meio de ondas eletromagnéticas. Ele conta com antenas emissoras e receptoras de ondas de rádio, que se propagam até atingir o alvo e retornam ao aparelho. A diferença de tempo entre o envio e o retorno da onda permite calcular a distância ou a velocidade do objeto.

A verificação metrológica é feita com uma viatura oficial equipada com um medidor de velocidade de alta precisão, previamente calibrado, conhecido como padrão. Os testes são realizados em cinco velocidades diferentes e os registros fotográficos do radar são comparados com os dados obtidos pelo equipamento do Ipem-SP. (Lavínia Carvalho - programa de estágio)