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Chamamento para Corujão da Saúde ainda será feito

Prefeito Rodrigo Manga disse que equipes entrarão em contato com pacientes para marcar procedimentos

01 de Julho de 2025 às 23:05
Thaís Marcolino [email protected]
Santa Casa assinou contrato ontem com a Prefeitura de Sorocaba para o programa
Santa Casa assinou contrato ontem com a Prefeitura de Sorocaba para o programa (Crédito: DANIEL GOUVEIA / ARQUIVO (14/5/2025))

Ao menos 30 mil pessoas deverão ser atendidas na primeira fase de três previstas no Corujão da Saúde. O programa foi lançado pela Prefeitura de Sorocaba ontem (1) com a missão de zerar a fila de exames e consultas na rede pública. Apesar do anúncio, os procedimentos ainda não tiveram início. Em entrevista ao Cruzeiro do Sul, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) afirmou que as equipes responsáveis ainda estão entrando em contato com os pacientes para marcar os procedimentos.

A escolha dos pacientes é feita respeitando a ordem da fila de espera e a prioridade clínica, conforme a prefeitura. A convocação será via telefone ou mensagem do WhatsApp. Portanto, a pasta orienta a necessidade do telefone e o endereço estarem atualizados na Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. De acordo com o prefeito, se a ligação não for bem-sucedida, agentes comunitários poderão ir até a casa de cada um.

Os procedimentos que serão realizados na primeira etapa são: mamografia + biópsia, cirurgia de vesícula, hérnia, ginecológicas, urologia (pedra no rim, duplo J), triagem oftalmológica e ultrassonografias. A prefeitura informa que parte dos atendimentos será realizada por médicos da própria rede municipal, principalmente nas consultas e exames. Já os procedimentos cirúrgicos serão conduzidos por equipes contratadas nos hospitais parceiros, com o devido credenciamento e também pela Policlínica Municipal.

Para tanto, a prefeitura prevê firmar parcerias com hospitais e clínicas de Sorocaba e região. A primeira foi com a Santa Casa, que teve contrato assinado ontem (1). No hospital, estão previstas 700 cirurgias até dezembro, além de cinco mil mamografias. “Quem escolhe o nome é a prefeitura, aí a gente liga, passa por uma primeira consulta aqui com o médico, depois faz todos os exames para depois ser operada. Não pode fazer uma cirurgia sem saber dos riscos e necessidades desse paciente”, diz o padre Flávio Jorge Miguel Junior, diretor do hospital.

Além da Santa Casa, outros hospitais estão no radar da prefeitura, como o Santa Lucinda e Banco de Olhos de Sorocaba (BOS). A reportagem entrou em contato com as assessorias correspondentes para saber o número exato de procedimentos em cada local. O Santa Lucinda não retornou, enquanto o BOS colaborou com uma nota da Secretaria de Comunicação da Prefeitura, que não dispunha de tais informações.

O programa também abrange a oferta de 10 mil exames de ultrassom, em diversas especialidades, mediante contrato vigente da Secretaria de Saúde (SES) com a Top Imagens, e 3 mil audiometrias em parceria com a Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos de Sorocaba (Apadas).

Rodrigo Manga disse ainda, ao Cruzeiro do Sul, que não descarta o contrato com mais hospitais, inclusive da região. “Um hospital que já estamos em negociação é o Santo Antônio, de Votorantim. Então a ideia é contratar o que tem de ocioso neles para fazer as cirurgias do munícipe sorocabano. Se a gente achar um de Itu, vamos fazer também. Mas, a princípio, são esses de Sorocaba e Votorantim. É uma maneira de dar mais fluidez e conseguir cumprir o prazo de dezembro.”

À espera

Hilquias José da Silva, 72 anos, é uma das milhares de pessoas que esperam por cirurgia. O aposentado relata que há dois anos aguarda a cirurgia de hérnia e também nos olhos: “Já fiz a triagem, mas nunca chama. No postinho do Vitória Régia sempre que eu pergunto a minha vez, falam que tem umas 500 pessoas na minha frente para fazer a cirurgia no BOS”. Depois de tanto tempo, só resta ao morador de Sorocaba acreditar na promessa.

“Com respeito ao Corujão, a esperança é a última que morre, por que tem que ter esperança, por que senão... mas acreditar em político? Não. Eles falam, falam e não cumprem. Estou esperando em Deus”, desabafa.

Raquel Silva Oliveira, de 63 anos, fala da demora entre um procedimento e outro. Para ela, é comum fazer um exame e, quando vai passar por consulta, o laudo fica velho, não sendo mais útil. “Ou então, chega no dia da consulta e você nem foi chamada para fazer o ultrassom. Tudo isso é uma situação desgastante”, se queixa.

 

 

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