O Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba (IHGGS) encerrou a consulta pública para a escolha do novo modelo artístico do brasão de Sorocaba. Três versões foram criadas por membros do Conselho Estadual da Águia do Ipiranga, com base em diretrizes do IHGGS, e foram submetidas à votação popular em uma plataforma digital. O prazo foi encerrado em 17 de junho. Agora, uma sugestão de projeto de lei, elaborada pelo professor e presidente do IHGGS, Adilson Cezar, e pelo advogado André Tolentino, será enviada ao presidente da Câmara de Sorocaba. Quinze pessoas assinaram a proposta.

O Brasão de Armas de Sorocaba foi criado em 1925 por Afonso d’Escragnolle Taunay. Em uma reunião realizada em 28 de maio, um grupo de professores, historiadores e juristas ligado ao instituto protocolou na Câmara uma proposta de atualização heráldica (ciência que estuda a origem, evolução e significado dos emblemas blasônicos) dos símbolos oficiais da cidade, incluindo o brasão e a bandeira do município.

Segundo o grupo, a iniciativa pretende corrigir algumas contradições técnicas na composição dos símbolos, seguindo as regras da heráldica portuguesa. A tradição foi adotada como referência em razão da ausência de normativas heráldicas brasileiras e busca fomentar o interesse da população pela história e pela identidade visual do município.

Para isso, três versões foram disponibilizadas para votação popular. A sugestão escolhida para a nova apresentação do brasão foi a que altera a coroa mural para a de cidade. Nesta proposta, também é retirado o escudete (pequeno escudo) da torre principal, e a flor-de-lis passa a ser azul. O arcabuz e o machado, cuja redação heráldica original os apresentava em suas cores naturais, passarão para prata (branco). O gibão (a roupa) permanece com a mesma cor.

O triângulo, representando o Morro Araçoiaba, mantém a mesma formação estética para facilitar a reprodução. Já os unicórnios foram substituídos por cavalos. A faixa será branca, com letras pretas, e a engrenagem continuará ao centro, simbolizando a industrialização, a ferrovia e uma projeção para o futuro por meio da tecnologia avançada.

Conforme o professor Adilson Cezar, o objetivo do projeto é seguir o padrão da heráldica portuguesa, tendo em vista que Taunay seguiu padrões franceses, e chamar a atenção da população para os símbolos que representam a cidade. “O importante é o forte espírito de equipe que sempre acompanhou o homem desde seus primórdios. Para se identificar, escolheram símbolos expressivos, capazes de representar uma crença, compartilhar ideais, dignidades, funções, limites territoriais etc. Portanto, nada mais valioso que estes elementos para sintetizar o nosso processo histórico, a nossa gente.”

O professor também destaca a novidade que foi a abertura da consulta popular. “Nasce desse ambiente a identidade, mas não criada a esmo, pois existem regras a serem seguidas, se desejamos ser reconhecidos por outros grupos. A heráldica é a ciência e arte que define essa correspondência, mas, desde que obedecidas suas leis, podem ser adaptadas, daí o contexto da consulta popular. Novidade, sim, para nós, que, apesar de aprendermos nas escolas esses significados, não adotamos diante deles sempre uma postura correta, pois desconhecemos sua representatividade.”

O projeto será apresentado hoje (2) ao presidente da Câmara de Sorocaba, vereador Luís Santos (Republicanos).