Buscar no Cruzeiro

Buscar

Reclamações

Motoristas apontam problemas na avenida Ulysses Guimarães

Desníveis e falta de manutenção são algumas queixas; inauguração de viaduto teria intensificado tráfego na via

28 de Junho de 2025 às 20:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Condições da via e trânsito intenso preocupam quem depende da avenida diariamente
Condições da via e trânsito intenso preocupam quem depende da avenida diariamente (Crédito: ALISSON ZANELLA)



A avenida Ulysses Guimarães, ligação entre a zona norte e a zona industrial de Sorocaba, tem sido motivo de reclamação constante por parte dos moradores e motoristas que utilizam a via diariamente. Entre os principais problemas apontados estão o aumento no volume de veículos após a construção do viaduto sobre a avenida Itavuvu, falhas no projeto de infraestrutura, má conservação da pista e ausência de sinalização adequada.

O empresário Edson Machado, 64 anos, trabalha na região e acredita que o tráfego ficou mais complicado após a inauguração do viaduto da avenida Itavuvu. “O grande problema é o tráfego que começou a crescer depois desse viaduto”, relata. Ainda segundo ele, o equipamento viário, que deveria ter aliviado o fluxo, criou um afunilamento das faixas, resultando em acidentes frequentes. “O viaduto foi mal dimensionado. Quem vem de qualquer lado, quando chega no viaduto, afunila. Acidentes acontecem todo dia. No próprio dia da inauguração, já teve um acidente”, conta.

Edson também critica a sinalização confusa no trecho. “A pessoa desce e, se não conhece, não sabe se vai à direita ou se sobe o viaduto. Isso contribui ainda mais para os acidentes.” Ele aponta que o volume de veículos aumentou drasticamente devido ao viaduto da avenida Itavuvu, com tráfego intenso de caminhões, ônibus e carros.

A opinião é compartilhada por outro motorista que passa todos os dias pela via nos horários de pico. “Está bem complicado. A gente já está quase no nível de São Paulo no trânsito”, afirma o mecânico Arlei Cristian Rodrigues. Ele, inclusive, acrescenta que com a passagem de veículos pesados pela avenida, o asfalto sofreu desníveis que impactam diretamente nos automóveis que passam pelo local todos os dias.

A má conservação da avenida Ulysses Guimarães tem impactado diretamente Arlei, de 32 anos, que precisou realizar manutenção no carro por causa das condições da via. “A suspensão é a que mais sofre. A gente passa por muito buraco. Ela não aguenta o tempo que deveria aguentar”, afirma.

O mecânico ainda fala sobre os problemas na sinalização e sobre os impactos da presença constante de caminhões na avenida. “Eles (se referindo aos caminhões) derrubam bastante óleo na pista. A gente sente no carro, imagina quem anda de moto.” Arlei também demonstra frustração com a falta de retorno dos impostos pagos. “A gente paga IPVA, paga imposto, mas não tem o retorno. Muitas vias de Sorocaba estão assim (em más condições)”, atesta.

O que diz a prefeitura?

A Secretaria de Parceria (Separ) e a Secretaria de Mobilidade (Semob) não admitem que a construção do viaduto implicou em aumento de tráfego, conforme reclamam motoristas e moradores da região. A Prefeitura de Sorocaba aponta o fato de a via ser a conexão da zona norte com demais regiões da cidade (por exemplo, industrial, zona leste e derivação para a marginal do Rio Sorocaba).

Por meio de nota, o Executivo alega que o impacto com o cruzamento na ligação entre as avenidas Ulysses Guimarães, Edward Fru Fru Marciano e Itavuvu, considerando a grande carga de tráfego, o corredor do BRT e os polos geradores de tráfego (como grandes comércios e serviços na avenida Itavuvu), sem a implantação do viaduto tenderia ao colapso, resultando em maior engarrafamento nos horários de pico.

A Prefeitura alega ainda que a avenida Ulysses Guimarães recebeu recentemente a conexão com a avenida Olinda Ayres Paulete, uma solicitação antiga dos moradores da região do bairro Paineiras, que se encontravam isolados, sem opção de escoamento do bairro.

Acrescenta que a via está devidamente sinalizada e que, do ponto de vista técnico, o viaduto não apresenta avarias, sobretudo estruturais. Em relação ao pavimento da avenida, a Secretaria de Serviços Públicos e Obras (Serpo) informou que enviará uma equipe técnica para vistoriar o local e providenciar, o mais rapidamente possível, a manutenção nos pontos necessários. (Lavínia Carvalho - programa de estágio)