As Câmaras de Sorocaba, Votorantim e Araçoiaba da Serra somaram um custo total superior a R$ 81 milhões em 2024, segundo levantamento divulgado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). Os dados fazem parte da plataforma “Mapa das Câmaras”, ferramenta que detalha os gastos com pessoal, investimentos e estrutura de cada legislativo municipal, e reforçam o debate sobre a eficiência e os custos da representação política nas cidades paulistas.

Em Sorocaba, a Câmara composta até então por 20 vereadores teve uma despesa de R$ 65,9 milhões com pessoal e custeio. Em 2025, 25 vereadores passaram a atuar na cidade. Foram investidos R$ 63,9 mil em melhorias na estrutura legislativa no ano passado. O gasto per capita na cidade foi de R$ 87,13, valor 15% inferior à média estadual para municípios de porte semelhante, de acordo com o TCE. A população estimada de Sorocaba pelo IBGE é de 757.459 habitantes. A Câmara de Sorocaba conta com 122 servidores concursados ou temporários e 91 comissionados, resultando em uma média de 4,55 comissionados por vereador (considerando 20 vereadores).

Votorantim, com população estimada em 132,8 mil habitantes, apresentou uma despesa de R$ 13,2 milhões com pessoal e custeio, e outros R$ 87,6 mil em investimentos. A cidade tem 11 vereadores e o gasto per capita com a Câmara foi de R$ 99,77, 4% abaixo da média de cidades com mesmo porte. A estrutura legislativa conta com 28 servidores efetivos ou temporários e 31 comissionados, totalizando 2,82 cargos comissionados por vereador.

Em Araçoiaba da Serra, com 33,6 mil habitantes e nove vereadores, o custo do Legislativo foi de R$ 1,95 milhão com pessoal e custeio e R$ 29,5 mil com investimentos. A Câmara local apresentou o menor gasto per capita das três: R$ 58,23 por habitante, 34% abaixo da média do seu porte. A estrutura administrativa é enxuta, com seis funcionários concursados e um comissionado, o que representa 0,11 comissionado por vereador.

Média no Estado

A média de custo por vereador no Estado de São Paulo é de R$ 579,5 mil, com base em um universo de 6.908 legisladores e uma despesa total de R$ 4 bilhões no ano passado. Quando se observa o gasto médio per capita, os paulistas pagaram R$ 117,49 por habitante para manter suas Casas Legislativas. Sorocaba, Votorantim e Araçoiaba da Serra, portanto, tiveram valores abaixo dessa média estadual.

Esses dados ajudam a dimensionar o impacto das despesas legislativas nos cofres municipais e alimentam a discussão sobre a proporcionalidade entre gasto público e representatividade política. O número de comissionados, a quantidade de servidores e o investimento em estrutura são elementos que variam entre as cidades, refletindo diferentes modelos de gestão interna e prioridades. Mas essa conta muda quando se verifica a comparação com cidades com a mesma quantidade de habitantes.

Em relação a Sorocaba, por exemplo, Ribeirão Preto, que tem uma população de 728.400 habitantes, o gasto per capita com pessoal e custeio foi de R$ 70,21 — menor que Sorocaba (R$ 87,13). Mas na relação com São José dos Campos, que soma 724.756 habitantes, o valor foi de R$ 143,16 — bem mais alto. Se compararmos Votorantim — gasto de R$ 99,77 —, a cidade de Sertãozinho, que tem 131.600 habitantes, teve um custo maior, de R$ 116, 52. Outra cidade do mesmo porte, Jaú, com 137.323 habitantes, o valor foi de R$ 57,36, menor do que em Votorantim. Já as comparações com Araçoiaba da Serra (R$ 58,23) podem ser feitas em relação a Aparecida, que tem 33.223 habitantes, com um gasto per capita de  R$ 88,47, e Cravinhos, com R$ 84,68, que apresentaram gastos bem maiores.