Os moradores do bairro Caguaçu reclamam da utilização de contêineres pelo frigorífico Sany Eireli, localizado na rua Jorge Occol,

nº 405, no bairro Caguaçu, na zona norte de Sorocaba. O estabelecimento estaria descartando indevidamente o lixo e enchendo os contêineres.

Segundo os moradores, que preferiram ficar no anonimato, a situação causa diversos problemas. “O descarte do frigorífico são embalagens de carne que estão sempre com sangue. Além de encher os contêineres, que não sobra espaço para o lixo residencial, esse sangue se acumula nos contêineres e escorre pela sarjeta”, explica.

A consequência do descarte é prejudicial aos moradores. “Um cheiro de carne pobre, moscas e cachorros vasculham esse lixo. Hoje mesmo já jogaram e está com fedor de bicho morto. Aliás tem muito lixo no muro atrás do frigorífico. Eles não têm descarte regular”, conta uma moradora.

A prática tem incomodado a vizinhança, denúncias já foram efetuadas. “Já informamos a Vigilância Sanitária, mas nada foi feito até agora”, explica. Os moradores também já tentaram contato com o frigorífico, mas o retorno é insatisfatório, “já tentaram conversar, mas os donos respondem para ‘procurarmos nossos direitos‘”, conta.

A reportagem entrou em contato com o frigorífico Sany Eireli a respeito das reclamações e da situação causada no bairro, por meio do telefone e endereço de e-mail disponíveis na internet, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.

Vigilância Sanitária

A Vigilância Sanitária Municipal recebeu as denúncias referentes ao caso, nos dias 13 e 16 de junho deste ano. “Está agendada uma inspeção técnica no estabelecimento, a ser realizada por equipe da Vigilância Sanitária. Durante a vistoria, será verificado o cumprimento das normas sanitárias vigentes, especialmente no que se refere ao acondicionamento e descarte de resíduos de origem animal”, explica em nota.

Após a inspeção, a Prefeitura dirá se o frigorífico está em conformidade com legislação sanitária municipal, estadual e federal. Pela seriedade das denúncias, a Vigilância Sanitária também notificou outros órgãos responsáveis, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Ministério da Agricultura e Pecuária e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Ainda conforme explicado em nota, “os resíduos de origem animal, quando não aproveitáveis, devem ser recolhidos por empresa licenciada, com transporte adequado e destinação final segura, como incineração, em conformidade com a legislação sanitária e ambiental; reciclagem de subprodutos, quando possível, conforme normas técnicas e sob controle sanitário.”

A Vigilância Sanitária afirma ainda que, “o descarte incorreto desses materiais configura risco à saúde pública e ao meio ambiente, podendo acarretar a proliferação de vetores, contaminação do solo, das águas e exposição da população a agentes patogênicos.”