O dono da Aventurar Balonismo, responsável pelo balão que caiu no domingo (15) em Capela do Alto, e matou uma jovem e deixou feridos leves deve ser ouvido pela Polícia Civil nos próximos dias. A empresa já teria sido autuada por irregularidades e retornado às atividades com outro registro. O piloto segue preso na Penitenciária II de Itapetininga.

Conforme a Prefeitura de Boituva — cidade de onde o balão levantou voo — a empresa encerrou a inscrição municipal em 2021. Naquele ano foi notificada com uma advertência, uma multa e outra por reincidência e uma lacração por descumprimento das normas sanitárias vigentes na época da pandemia. Ainda segundo a Prefeitura, a empresa tem sede atual na capital paulista e atua de forma independente.

A empresa também estaria envolvida em um acidente em 2022, que deixou nove pessoas feridas. De acordo com o delegado de Capela do Alto, Luis Rafael Souza Campos, se confirmado o envolvimento, os laudos serão acrescentados à investigação.

No depoimento do piloto Fábio Salvador Pereira, no domingo (15), na delegacia de Tatuí, ele teria dito que uma rajada de vento inesperada provocou o acidente. No boletim de ocorrência, consta que o baloeiro, com documentação irregular e licença apenas para voos particulares, tentou pousar numa plantação de laranjas, o que é considerado irregular. Durante a tentativa, o balão colidiu com as árvores, causando a queda de duas pessoas. Após a queda, o balão subiu novamente, mas na segunda tentativa de pouso ficou preso em arames de uma cerca.

Ainda segundo o delegado de Capela do Alto, além dos depoimentos dos envolvidos, ele aguarda análises da Polícia Científica que devem apontar diversos fatores, entre eles, a causa. Em paralelo à investigação da Polícia, o IV Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) — órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) — acompanha o caso.

O Cruzeiro do Sul tentou contato via mensagem e telefone com a Aventurar Balonismo, mas sem sucesso. O advogado do piloto mudou e a reportagem não obteve o novo contato. O anterior, afirmou que não foi autorizado a falar. O espaço segue aberto para manifestações da defesa de Fábio Salvador Pereira.

Vítima

Juliana Alves Prado Pereira, de 27 anos, foi sepultada em Pouso Alegre, Minas Gerais, na segunda-feira (17), após o corpo ter sido liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) de Itapetininga. Segundo informações, a psicóloga fazia o passeio de balão com o marido.

No momento do acidente levantou-se a hipótese de que ela estivesse grávida. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) chegou a confirmar em uma das notas enviadas para a redação, mas depois colocou o fato como possível. Diante da dúvida, a Polícia Civil solicitou exames para comprovar, ou não, a gestação. As análises não têm data definida para sair.