A população cobra manutenção e segurança no cemitério municipal São João Batista, em Votorantim, localizado na avenida Santo Antônio, no bairro Barra Funda. Há reclamações de furtos e invasões.

Segundo alguns moradores próximos ao cemitério, que preferiram não ser identificados, pessoas costumam entrar livremente. “Tem um monte de túmulos abandonados. As crianças entram atrás de pipas, quebram os túmulos e fica aparecendo até corpos”, de acordo com um morador.

Outro morador ressalta a falta da segurança. “O que tem que fazer na frente do cemitério é colocar todo dia um Guarda Civil Municipal (GCM) porque as pessoas entram. Estão roubando flor, quebrando túmulo, ficam se pendurando nas grades.”

A situação do cemitério desanima quem tem alguém da família sepultado. “Quando minha mãe colocou a lápide no túmulo do meu pai, furtaram, só não levaram a foto. Lá não tem como ver, é escuro. Uma vez falaram que iam colocar câmera, mas não fizeram. Nunca mais minha mãe colocou nada lá”, explica uma mulher, que também preferiu não ter o nome publicado.

A falta de manutenção surpreende e assusta quem vai ao cemitério. “No dia de Finados, eu fui colocar flor para o meu pai, como choveu muito um dia antes, tinha afundado um túmulo”, conta a mulher.

Capacidade

A capacidade do cemitério São João Batista é um problema há anos. Sendo o único da cidade, com 7.809 jazigos, a área de expansão tem espaço para a construção de 350 novos jazigos, totalizando 8.159. Destes 350 novos jazigos, 134 já foram vendidos para famílias e 216 ainda estão disponíveis.

De acordo com informações da administração do cemitério, por ano são vendidas em média 160 sepulturas. Em pouco mais de um ano, portanto, já não haverá mais jazigos disponíveis para suprir a demanda na cidade. O novo espaço ainda está em construção e a previsão de término é em 2026.

Há divergências entre informações da administração do cemitério e da prefeitura de Votorantim. De acordo com a prefeitura, eram 7.805 sepulturas e com a expansão o número subiu para 8.505.

O Cruzeiro do Sul encaminhou questionamentos à administração municipal, que respondeu de maneira parcial. Confirmou que o cemitério São João Batista é o único da cidade e que no terreno adquirido foi realizada a expansão. A prefeitura também informou que é a responsável pela manutenção e segurança, mas não respondeu sobre as reclamações.