Aumento
Denúncias de trabalho infantil aumentam 12% na região

As denúncias de trabalho infantil cresceram 12% na região de Sorocaba entre janeiro e maio de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT) da 15ª Região, os números vêm aumentando gradativamente. Em 2023, foram contabilizadas 38 denúncias, sendo 12 de janeiro a maio; em 2024, 59 — 25 de janeiro a maio — e, em 2025, foram registradas 28 denúncias nos cinco primeiros meses do ano.
Hoje, 12 de junho, é celebrado o Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil. O MPT também observou um crescimento de 30% no número de denúncias relacionadas ao trabalho infantil em 2025, em relação ao ano anterior, no interior do Estado de São Paulo.
Ontem (11), véspera da data, uma audiência pública sobre o assunto foi realizada na Câmara de Sorocaba. O encontro reuniu autoridades, representantes de instituições e adolescentes integrantes de associações.
Ubiratan Vieira, chefe regional do Setor de Inspeção do Trabalho (Seint), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), participou do debate. Segundo ele, em um ano, 200 crianças foram resgatadas de práticas de trabalho infantil apenas nas cidades de Sorocaba, Itapetininga, Tatuí, Cerquilho, Itapeva e Ribeirão Branco.
A maioria dos casos ocorre no comércio e na agricultura. “Temos muitas crianças no trabalho infantil, nas plantações de tomates, mas, aos poucos, nós vamos conseguindo retirá-las. Alertamos também essas pessoas que exploram as crianças. Se configurar trabalho análogo à escravidão, elas também responderão a processos na Justiça Federal”, diz Ubiratan Vieira.
A conselheira tutelar de Sorocaba, Lígia Guerra da Cunha Geminiani, chama a atenção para a mobilização da sociedade. “Se hoje existe trabalho infantil é porque as pessoas ainda estão dando emprego para elas. Se existem adolescentes nos semáforos, é porque alguém está comprando aquela pipoca. Então, é uma questão social.” A população pode denunciar pelos telefones: Disque 100, 125 ou (15) 3235-1212, do Conselho Tutelar.
A audiência pública foi promovida pelo vereador Roberto Freitas (PL). Segundo ele, uma frente parlamentar deve ser criada para debater o tema. “A ideia da frente é trazer todos os órgãos, discutir o que cada um está fazendo, para que possamos trabalhar em conjunto, porque só assim teremos resultados”, conclui o vereador.