Em Votorantim
Alunos de escola municipal de música protestam contra possível fechamento
Alunos, pais, músicos e professores vivem incerteza das aulas

Alunos da Escola de Música de Votorantim (EMV) “Maestro Nilson Lombardi” realizaram um protesto pacífico, no sábado (31) pela manhã, contra o possível encerramento das atividades. O grupo, formado por dezenas de alunos, pais, músicos, apoiadores e professores de ações culturais, saíram da EMV, localizada na avenida São João, 649, no Jardim Icatu, e caminharam até a feira livre, na rua Acácio Miller em direção ao Aquário Cultura, prédio onde está localizada a Secretaria da Cultura do município, com cartazes e distribuindo panfletos sobre a situação. Após percorrer o trajeto, o grupo se deslocou de volta à escola.
Segundo o empresário Hudson Carlos de Souza, de 52 anos, que está no quarto ano de percusão sinfônica na EMV, curso que tem duração de sete anos, os alunos enfrentam incertezas. “A informação que nós temos é que a Prefeitura pretende paralisar os cursos que estão sendo oferecidos no prédio atual que estamos usando por conta de uma não renovação de contrato e que vai ser oferecida uma nova forma de estudo, mas não foi detalhada em nada ainda”, explicou.
A escola fornece formação de qualidade comparada a conservatório, em que o aluno sai formado musicista, apto para atuar profissionalmente. Segundo Souza, o trabalho é bom e precisa continuar. “É muito importante, é uma escola gratuita, a maioria dos alunos são crianças e tem uma oportunidade de disputar um mercado de trabalho maravilhoso, é uma formação profissional, não apenas lazer. Ele pode ser professor, atuar em uma orquestra e até percorrer outros países através da música erudita.”
O músico Amadeu Rosa, de 37 anos, também acompanhou o movimento. Professor da EMV de 2016 a 2019, acredita que o trabalho precisa continuar. “A escola se tornou excelência no ensino, então é muito importante que ela continue funcionando. Uma escola de música, ela muda a vida dos alunos e também das pessoas que estão em volta”, explica.
Há 3 anos no local, também funcionam oficinas culturais, oferecidas pela Secult. Segundo a professora de Ballet Clássico, Pietra Bricoli, de 27 anos, também não se sabe o que será das oficinas. “Nós das oficinas não sabemos para onde vamos, se temos lugar para ir, como vai funcionar. O desmonte está sendo geral”, conta.
A EMV é uma instituição mantida pela prefeitura, inaugurada no dia 16 de junho de 2016. Neste ano, o local completa nove anos de funcionamento. A escola leva o nome do maestro, pianista e compositor sorocabano, Nilson Lombardi.
A situação atual da escola é um dilema. Segundo os alunos, no evento chamado “Quinta com o Prefeito”, o prefeito Weber Manga teria anunciado que fecharia o local. Conforme matéria publicada no Cruzeiro do Sul no dia 14 de maio, “O prefeito não afirmou que vai fechar a escola de música”.
Porém, desde o início da gestão, não foram abertas novas vagas, apesar da demanda. Além disso, na escola atuavam a Secretaria de Cultura (Secult) da cidade, que foi transferida para o Aquário Cultura; o Projeto Guri, que também será transferido; e o contrato de locação da escola e dos professores está para vencer no dia 31 de julho, e que até o momento, estão sem instruções sobre o que será feito.
O que diz a Prefeitura de Votorantim
O Executivo foi questionado ontem a respeito da veracidade das informações de fechamento, se há planos de funcionar em outro local, se as oficinas também serão encerradas, quantos alunos e professores têm na escola e quais são os cursos oferecidos, mas não respondeu até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto. (Thaís Verderamis)