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Alimentos

Itens da cesta básica têm variação de preços até 239%

Pesquisa revela grandes diferenças entre supermercados

30 de Maio de 2025 às 23:04
Cruzeiro do Sul [email protected]
Vinagre de álcool (750 ml) teve a maior variação de preço entre o menor e o maior valor encontrados
Vinagre de álcool (750 ml) teve a maior variação de preço entre o menor e o maior valor encontrados (Crédito: MURILO AGUIAR)

Um levantamento recente do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (CSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso) revelou diferenças significativas nos preços de itens da cesta básica em supermercados com vendas on-line. A pesquisa apontou variações de até 239% entre os produtos analisados, reforçando a necessidade de atenção redobrada por parte dos consumidores na hora de fazer compras.

O vinagre de álcool (750 ml) foi o item com maior disparidade de preços, chegando a uma diferença de 239% entre o menor e o maior valor encontrado. Em segundo lugar aparece o extrato de tomate em lata (350 ml), com variação de 201%. A salsicha em embalagem de 1 kg apresentou oscilação de 171%. Outros produtos básicos também registraram diferenças consideráveis: o alho, com 115%, e o tomate, com 99%.

As carnes suínas, frequentemente incluídas na alimentação semanal, também mostraram ampla variação. Os cortes de lombo (83%), pernil (86%) e paleta (86%) apresentaram preços bastante distintos entre os estabelecimentos monitorados. Diante dessa realidade, consumidores têm adaptado suas rotinas de compra e desenvolvido estratégias para evitar prejuízos.

Cláudia de Menezes, diarista, conta que a pesquisa de preços se tornou prática constante. “Antes de comprar, eu abro os aplicativos dos mercados e comparo. Já deixei de comprar alho no mercado mais perto porque custava mais que o dobro. A diferença é grande demais pra ignorar. Vinagre, por exemplo, tem dia que acho por R$ 1,50 num site e R$ 5,00 em outro.”

Ela explica que mudou a forma como organiza as compras da casa. “Antes, eu comprava tudo no mesmo lugar pra não perder tempo. Agora, levo um pouco mais, mas economizo no fim do mês. Às vezes, deixo pra comprar só o que realmente está com preço bom. Quando tem algo muito caro, como o tomate, eu substituo por outra coisa no cardápio.”

João Batista Oliveira, técnico de manutenção e pai de dois filhos, relata que criou um sistema para acompanhar os preços dos principais produtos. “Faço planilhas simples com os preços que encontro e vou atualizando toda semana. Se vejo que o tomate ou a carne suína está muito caro num lugar, procuro alternativas. Comprar congelado ou em maior quantidade, quando está mais barato, tem me ajudado bastante.”

Segundo ele, as compras deixaram de ser uma tarefa rotineira e passaram a exigir estratégia. “Eu ensino meus filhos a olhar o preço por quilo, por litro, pra entenderem o que compensa. Não é só clicar e comprar. A diferença no extrato de tomate, por exemplo, me fez trocar de marca e até testar as embalagens maiores.”

Luana Torres, universitária, utiliza redes sociais e grupos de mensagens como ferramenta de economia. “Faço parte de um grupo no WhatsApp só de promoções. Alguém sempre avisa quando acha alho ou extrato de tomate mais em conta. A gente compartilha links, compara frete e até faz compras coletivas quando vale a pena.”

Para ela, a troca de informações virou aliada contra o orçamento apertado. “Na minha casa, a gente divide tudo. Se vejo pernil mais barato, já aviso minha mãe e minha avó. Cada uma compra uma parte, e assim a gente consegue aproveitar a promoção sem pesar no bolso. Eu também comecei a seguir perfis de comparação de preços. Ajuda muito, porque às vezes o frete compensa menos do que parece, a gente acha que vai economizar, mas na hora de fechar o carrinho, o valor da entrega deixa tudo mais caro. (Murilo Aguiar - programa de estágio)