Buscar no Cruzeiro

Buscar

Persiste

Salário dos funcionários da UPH Zona Oeste continua em atraso

Pendência no pagamento gera insegurança e afeta o atendimento na unidade de saúde

14 de Maio de 2025 às 21:30
Thaís Verderamis [email protected]
A gestão atual é realizada pela Aceni IASE, mas será substituída pelo BOS a partir do dia 24 de maio
A gestão atual é realizada pela Aceni IASE, mas será substituída pelo BOS a partir do dia 24 de maio (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

O salário dos funcionários da Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Oeste, localizada na avenida General Carneiro, 1670, no bairro Cerrado, continua em atraso. O pagamento dos 220 colaboradores da área da saúde, que deveria ter sido realizado no dia 7 deste mês, ainda não foi efetuado. A gestão atual é feita pela Aceni IASE, mas será substituída pelo Banco de Olhos de Sorocaba (BOS) no dia 24 de maio.

Com a mudança, os funcionários da unidade não poderão ser admitidos pela nova gestão se estiverem com pendências de salários e rescisão. A situação tem causado insegurança entre os colaboradores.

Prefeitura

Segundo informações da Prefeitura de Sorocaba, “os valores referentes ao vale-transporte dos colaboradores estão sendo repassados. Quanto aos salários, a municipalidade esclarece que os valores devidos foram depositados judicialmente, garantindo a disponibilidade dos recursos aos trabalhadores conforme os trâmites legais em curso. A Secretaria da Saúde (SES) mantém um canal de comunicação aberto e permanente com o sindicato da categoria e com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), reforçando seu compromisso com a transparência, respeito aos direitos dos profissionais e a continuidade dos serviços públicos de saúde”, conforme nota divulgada.

De acordo com o Sindicato da Saúde (Sinsaúde) de Sorocaba e Região, foi feito um pedido de arresto judicial, que implica na apreensão de bens do devedor para obrigar o pagamento da dívida, no valor de R$ 3,8 milhões. O Sinsaúde informa ainda: “Hoje, o Sindicato, junto com a Prefeitura, despachou junto ao juiz e solicitou urgência nos pagamentos”, conforme nota oficial.

O pagamento ainda está em trâmites legais. A Prefeitura fez o repasse de R$ 1,19 milhão, segundo a empresa Aceni, mas o valor está depositado na 4ª Vara do Trabalho e aguarda os próximos passos para o pagamento dos funcionários, conforme informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Conforme explica o Sinsaúde, o valor depositado pela Prefeitura cobre o salário em atraso. “O valor da folha do mês é em torno de R$ 700 mil‘, explica. Após essa primeira etapa, “é necessário cobrar a Prefeitura para que faça o depósito do valor restante do arresto, para que seja realizado o pagamento das verbas rescisórias”, complementa.

Em juízo

A empresa Aceni, em nota ao Cruzeiro do Sul, explicou: “Em razão da decisão cautelar expedida pelo juiz do trabalho da 4ª Vara do Trabalho da Comarca de Sorocaba/SP, todos os valores referentes ao pagamento de abril vencido e os valores da rescisão dos trabalhadores serão depositados em juízo para pagamento pela Vara do Trabalho. Infelizmente, em razão da cautelar proposta pelo Sindicato, a Aceni ficou judicialmente impedida de fazer os pagamentos diretos aos trabalhadores, sendo que a burocracia jurídica está causando demora. A Aceni já apresentou todas as informações requeridas pela Justiça nos autos da ação cautelar preparatória, estando pendente somente o efetivo pagamento do valor depositado na justiça aos trabalhadores.”

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com o Banco de Olhos de Sorocaba (BOS), que assume a gestão da UPH no dia 24 de maio, solicitando um posicionamento sobre a situação da unidade. No entanto, até o momento da publicação desta matéria, não houve retorno.

Atendimento ao Público

O atendimento ao público na UPH Zona Oeste tem enfrentado dificuldades nesta última semana devido à falta de funcionários. Na manhã desta quarta-feira (14), por volta das 11h30, a unidade estava lotada. Pacientes que preferiram não se identificar alegaram demora no atendimento.

Segundo a filha de um dos pacientes, a demora no atendimento de seu pai está maior do que o habitual. Outro paciente afirmou ter chegado às 9h40 e, até às 11h30, ainda havia passado apenas pela triagem. Por outro lado, um paciente oncológico, acompanhado pela irmã, relatou que, devido à gravidade de seu caso, foi atendido rapidamente e que, apesar da situação de pendência salarial, os funcionários foram muito educados e atenciosos.