Prisão
Autor do feminicídio de jovem desaparecida confessa crime
Vítima era a sua companheira; casal foi visto pela última vez no dia 26 de abril

Policiais militares prenderam, na noite desta quinta-feira (8), o autor do feminicídio de Bianca Fernandes da Silva em um estabelecimento no Jardim São Paulo, em Sorocaba. Conforme noticiado pelo Cruzeiro do Sul, o casal estava desaparecido desde o dia 26 de abril, após uma briga corporal dentro de um veículo na Vila Jardini. O corpo da vítima foi encontrado pelos oficiais em uma área de mata no bairro Ipanema das Pedras, também nesta quinta-feira.
De acordo com a delegada-titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), Renata Zanin, a equipe localizou o indivíduo após receberem uma denúncia de que ele estaria no comércio. Desta forma, o sujeito foi abordado e preso no local. Em depoimento à polícia, ele confessou onde escondeu o corpo da vítima.
“Ela estava em uma área aberta, como se fosse uma pastagem. Em razão do tempo e da condição climáticas, o corpo já estava em decomposição. Portanto, a olho nu não conseguimos identificar os ferimentos”, relata a delegada. “A causa do óbito será esclarecida após a perícia e dos exames necroscópicos”.
A prisão temporária do sujeito foi decretada, a princípio, de 30 dias. Em um primeiro momento, ele responderá pelo crime de feminicídio. Outras testemunhas prestarão depoimento à polícia nos próximos dias.
Relembre o caso
O casal foi visto pela última vez na Vila Jardini, no dia 26 de abril deste ano. Conforme o boletim de ocorrência, vizinhos ouviram gritos e foram verificar o que estava acontecendo. Ao chegarem ao local, perceberam que Bianca estaria sendo esfaqueada dentro de um carro.
Em determinado momento, o homem saiu do veículo com o bebê recém-nascido, filho do casal, nos braços e o entregou a uma vizinha. A criança estava suja de sangue, mas não apresentava ferimentos.
Segundo a delegada Renata Zanin, a presença de uma faca durante a briga não foi confirmada durante as investigações. Desta forma, o caso foi registrado como lesão corporal.
“O que nos fez seguir pela linha do feminicídio foi a presença do sangue. Contudo, até então, tratávamos o caso como tentativa de feminicídio, pois não tínhamos a confirmação do óbito”, explica Zanin.
Embora não tivesse antecedentes criminais, o sujeito já tinha boletins de ocorrências abertos. Além disso, a vítima já possuía medida protetiva de urgência contra o companheiro, a qual havia sido revogada a pedido da própria mulher.
O bebê, por sua vez, foi entregue ao Conselho Tutelar da cidade.