Mercado
Mais de quatro mil empregos são gerados no 1º trimestre na cidade

Sorocaba criou 1.356 vagas de emprego formal em março deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados, ontem (30), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado é inferior a fevereiro, quando foram abertas 1.956 vagas. No acumulado do primeiro trimestre, o município contabilizou 4.834 novas oportunidades no mercado de trabalho — um aumento de aproximadamente 4,4% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram gerados 4.615 empregos.
O setor que mais teve destaque em março foi o de serviços, com a criação de 1.022 postos de trabalho. Em seguida aparece construção com 295 vagas e atrás está o comércio com 102 vagas. A agropecuária teve saldo negativo, -4 postos de trabalho e a indústria encerrou o mês em último lugar, com 59 vagas fechadas.
Segundo o economista e professor Geraldo Almeida, os números estão ligados à abertura de negócios. Ele explica que muitas pessoas têm deixado o emprego formal para atuar como microempreendedores individuais, especialmente na área de prestação de serviços. Com isso, precisam contratar mão de obra, o que impulsiona o crescimento do setor de serviços.
Já a diminuição de vagas na indústria, acrescenta ele, está ligada aos feriados de março e à queda na expectativa em relação à economia. “Teve o Carnaval em março, então as indústrias anteciparam as contratações, mas você também tem uma queda de expectativa, principalmente na indústria, por conta de juros altos. O crédito aperta, as famílias ficam mais preocupadas, diminuem o consumo e isso reflete na contratação”, explica.
Em contrapartida, o comércio teve aumento de mais de 200% em março, se comparado a fevereiro. Números influenciados pelas datas comemorativas, como Páscoa e Dia das Mães. A construção também aparece em crescente. Em fevereiro o saldo foi de 290 vagas e em março 295.
“A cidade é quase que um canteiro de obras. Lançamentos de prédios demandam mão de obra e tem outra expectativa boa para o setor, que é a nova faixa do Minha Casa Minha Vida, de até R$ 12 mil. Então, isso vai colocar mais compradores no mercado e a construção civil tem de se antecipar”, destaca Geraldo Almeida.
Para o economista, os números devem continuar positivos. No entanto, podem diminuir ao longo dos meses devido a escolha pelo trabalho informal. “Essas novas relações de trabalho é que estão fazendo com que a economia apresente diferenças”, afirma. “As pessoas aceitam ir para esse mercado por conta do recebimento no final do dia. É uma questão de geração. Ela não leva tanto em consideração os benefícios, por exemplo, mas faz a conta de que no mês ela receberá mais. Isso é um movimento que tem feito bastante impacto na economia.”
Saldo nacional também é positivo
O Brasil encerrou março com saldo positivo de 71.576 empregos com carteira assinada. Já no mesmo mês do ano passado, o saldo positivo foi de 244.315 empregos. Segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a diferença pode ser explicada pelo fato de o Carnaval deste ano ter caído em março, em vez de ser em fevereiro, como normalmente ocorre. No acumulado de janeiro a março, o saldo foi de 654.503 empregos, resultado de 7.138.587 admissões e 6.484.084 desligamentos. (Agência Brasil)
1) Serviços (+52.459 postos)
2) Construção (+21.946 postos)
3) Indústria (+13.131 postos)
** Comércio e agropecuária tiveram quedas, com -10.310 postos e
-5.644 postos, respectivamente