Infraestrutura Urbana
Estacionamento da rodoviária sem uso gera apreensão
Fechado desde a desativação do supermercado Paulistão, o estacionamento localizado ao lado do antigo comércio, em Sorocaba, permanece inutilizado. A área poderia ser reaproveitada para atender a uma demanda crescente da vizinhança: a falta de vagas para quem leva ou busca passageiros no terminal rodoviário. A situação tem gerado críticas de moradores, comerciantes e usuários da região, que apontam prejuízos para a mobilidade e para o comércio local.
A dona de casa Maria Marta Lopes Borges, moradora da região, relembra que o estacionamento facilitava a vida de quem precisava se deslocar até o terminal. “Faz bastante falta. Depois que tiraram o estacionamento, o movimento aqui piorou muito. A circulação das pessoas ficou diferente, mais confusa”, diz. Para ela, a ausência de vagas não apenas aumentou o trânsito nas imediações, como também afastou parte do movimento de consumidores que antes frequentavam a área.
O estudante Guilherme Feliciano de Souza também notou mudanças, mesmo sem frequentar diariamente o entorno. “Eu só vou até o terminal, pego o ônibus e sigo viagem. Mas percebi que o fluxo de pessoas aumentou. Da última vez que fui para São Paulo, havia uma aglomeração grande. Quando voltei, também estava cheio”, relata. Guilherme observa que o movimento de pessoas nas ruas próximas parece ter se intensificado, mesmo sem conhecer profundamente as transformações da região.
Para comerciantes da região, a situação é ainda mais preocupante. Ricardo Maia de Santos, que trabalha e mora próximo a rodoviária e ao antigo mercado, critica a condução das mudanças pela Prefeitura. Para ele, a decisão de construir uma nova rodoviária, ao invés de reformar a estrutura já existente, foi um erro estratégico. “Irão gastar muito dinheiro para construir a nova rodoviária, sendo que poderiam ter reformado este espaço aqui e economizado. Dava para aproveitar o prédio do Paulistão, subir mais um pouco e fazer um terminal adequado para os ônibus”, argumenta.
Ricardo também relata que a prefeitura tentou alugar o imóvel, mas sem sucesso. “Vieram olhar três vezes, mas não aceitam desmembrar o espaço. Quem quiser alugar, tem que pegar tudo junto. Assim, o local fica parado, sem uso, esperando alguma definição”, conta. Para ele, a falta de uma solução agrava os problemas do centro da cidade.
O que diz a Prefeitura
A reportagem questionou a administração municipal sobre o futuro do imóvel e a possibilidade de reabertura do estacionamento. A Urbes - Trânsito e Transporte, responsável pelo gerenciamento e fiscalização das áreas de embarque e desembarque, da sala de espera e dos sanitários do terminal rodoviário, informou que as áreas, inclusive o espaço superior, que era destinado à iniciativa privada e o estacionamento, são propriedades particulares. No momento, para os usuários do terminal há vagas de rua, de Zona Azul, assim como aquelas determinadas como pontos de embarque e desembarque junto à estrutura da rodoviária”.
A Administração Municipal tem projeto em estudo para “definir a possibilidade de utilização futura das instalações do prédio da atual rodoviária para outras finalidades”, finalizou. (João Frizo - programa de estágio)