Acidente
Advogadas de motorista envolvido em perseguição afirmam que não houve discussão
Ranger teria perdido o controle depois de bater no Etios, que está sendo periciado

O acidente que ocorreu na avenida Dom Aguirre na terça-feira e que matou o empresário Rogério Albiero de Camargo, 55 anos, após colidir sua caminhonete Ford Ranger em um poste na esquina da avenida Dom Aguirre com a rua Vicente Lamarca, teve como outra parte um motorista de 69 anos, que dirigia um Toyota Etios. Ele prefere não dar entrevistas, mas sua advogada enviou uma nota para a reportagem do jornal. Entre suas argumentações, ela frisa que seu cliente e a vítima "em momento algum tiveram contato verbal". "Por hora não há o que se falar em defesa, pois inexistem acusados", afirma o documento, que indica que as investigações estão no início e as provas estão sendo colhidas. O Etios está sendo periciado, e as advogadas afirmam que a Ranger perdeu o controle após colidir com o carro de seu cliente.
O motorista apresentou–se espontaneamente à polícia no dia do incidente e colabora integralmente com as autoridades competentes na apuração dos fatos do acidente, de acordo com a advogada. Ela explica como se deu a dinâmica de acordo com seu cliente. "O envolvimento entre os condutores se deu quilômetros antes da colisão. Se iniciou com uma ultrapassagem realizada pelo condutor do Etios na avenida Independência, sentido centro (região do Éden). Logo após, o condutor da caminhonete ultrapassou o Etios, tomando a sua frente, quando começou a bloquear sua passagem, seguindo até a alça de acesso a Castelinho", diz a nota.
O documento afirma que a caminhonete começou a invadir a faixa da pista aonde o Etios estava trafegando, com a aparente intenção de causar colisões, tendo obtido êxito em abalroar o veículo. "O motorista do carro vermelho tentou escapar pelo acostamento, tendo inclusive parado no acesso ao bairro para verificar o que havia acontecido em seu veículo, considerando que em uma das manobras arriscadas efetuadas pelo outro condutor, seu retrovisor foi arrancado, aparentando ainda ter na mesma oportunidade desprendido parte do para-choque dianteiro."
A nota diz que, ao parar o carro, o morotista percebeu que a caminhonete também estacionou em seguida. Sentindo-se ameaçado, o Etios seguiu viagem, sendo perseguido pela caminhonete até a avenida Dom Aguirre. Na avenida, a caminhonete conseguiu fazer uma última ultrapassagem. Sistemas de monitoramento neste ponto já começaram a pegar a perseguição nas imagens.
Após Rogério bater a Ranger, "o condutor do Etios seguiu adiante, pois pelos fatos pretéritos temeu pela própria vida em parar prestar socorro. No mais, estava em movimento e não teve noção da gravidade da colisão, pois somente visualizou a batida, mas não a queda do poste. Em que pese isso, retornou pela via de mão contrária para verificar se o condutor do veículo estava tendo o devido socorro."
A representação do condutor do Etios afirma que ele não sabia quantas pessoas e quem seriam os ocupantes do outro veículo, pois a caminhonete era equipada com vidros escuros. O Etios do motorista está sendo periciado. "Reiteramos a confiança no trabalho das instituições responsáveis pela investigação e reforçamos o compromisso com a busca pela verdade, respeitando o devido processo legal e a memória da parte envolvida que veio a óbito.
Por fim, manifestamos solidariedade aos familiares e amigos, expressando profundo respeito diante da dor causada pela perda", finaliza a nota.