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Longevidade

Casamentos que resistem ao tempo

Casais valorizam uniões duradouras por meio de comemorações de bodas de ouro e prata

08 de Março de 2025 às 20:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Respeito e companheirismo são alguns dos segredos para matrimônios que passam por décadas
Respeito e companheirismo são alguns dos segredos para matrimônios que passam por décadas (Crédito: PEDRO NEGRÃO / ARQUIVO JCS)


Ainda que os registros de casamentos estejam em baixa desde a retomada pós-pandemia, há casais que comemoram com orgulho as bodas de casamento. Em tempos em que o amor parece breve, uniões sólidas e duradouras tornam-se inspiração para aqueles que os cercam.

Os aniversários de casamento ganham uma simbologia de acordo com os anos. O primeiro ano recebe o nome de boda de papel, quando o casal começa a escrever a história como par. Com o passar do tempo, os elementos que dão o nome às comemorações tornam-se mais sólidos, assim como o relacionamento. A prata (25 anos) e o ouro (50 anos) são exemplos disso, chegando até as bodas de diamante (60 anos). Tudo isso valoriza a durabilidade e a preciosidade do amor ao longo das décadas.

Bom humor

Passando pelos primeiros rascunhos da vida em matrimônio, os sorocabanos Viviane de Proença e André Alves Pereira de Oliveira, de 33 e 34 anos, logo comemoram as bodas de papel. “Nosso bom humor, com palhaçadas, disposição de enfrentar tudo o que aparece de problema, ter alguém para conversar todos os dias, ter alguém que te conhece e entende é tudo de bom”, diz Viviane. Ela comenta sobre a relação entre a filha, Lara de Proença Mariano, de 15 anos, e o marido: “Eu já era mãe quando nos conhecemos, tive minha filha aos 18 anos, de outro relacionamento, mas graças a Deus os dois se dão muito bem, como pai e filha mesmo”.

Contudo, Viviane e André ainda se ajustam à rotina de casados. “Por mais que você namore por um bom tempo, ser casado é diferente. Alinhar como ficam os pagamentos e acertar as tarefas diárias são alguns dos desafios, pois os dois foram criados de formas diferentes”, observa Viviane.

O casal, mesmo antes de se conhecer, já trabalhava no mesmo local, mas o primeiro contato veio quatro anos depois, por meio das redes sociais. O namoro durou seis anos até que a decisão do matrimônio foi tomada. Durante esse período, descobriram que suas mães também haviam trabalhado juntas em um hospital de Sorocaba. Hoje, o casal voltou a trabalhar no mesmo local. “Compramos o apartamento na planta e fomos montando tudo aos poucos. Somos nós três e nossa cachorrinha Doralice, uma spitz alemã anã.”

Prata

Vanessa Bertim, de 45 anos, e João Henrique de Oliveira, de 47 anos, se conheceram na infância, quando a família dela se mudou de Osasco para Votorantim. Eles completaram 25 anos de casamento. Vanessa e João Henrique moravam na mesma rua, sem muito contato, mas na juventude se conheceram e o pedido de namoro foi feito. “Ele foi o primeiro namorado que realmente apresentei para minha família. Foi o único com quem realmente quis construir uma vida”, comenta Vanessa.

Dois anos se passaram, e a união foi celebrada em fevereiro de 2000. Para João, parte essencial do relacionamento é a dedicação de um para o outro. “São importantes o apoio e a compreensão que dei e recebi, os cuidados em pequenos detalhes, os quais somente quem tem sintonia consegue perceber no outro, e a sinceridade em todos os sentimentos, tanto de aprovação quanto de negação.” Hoje, 25 anos depois, eles renovam os votos e festejam as bodas de prata, que servem como inspiração para o filho, Henrique, de 16 anos. “Com certeza, eles servem como um parâmetro que vou levar para a vida, para o meu relacionamento. Quero que seja duradouro com alguém que eu amo”, afirma o jovem.

Ouro

Casais que passaram quase uma vida toda juntos também celebram a data e, às vezes, até esquecem das comemorações em decorrência do cotidiano. Isso aconteceu com José Vicente de Souza e Maria Costa Souza, de 70 e 67 anos, que, por curiosidade dos filhos ao olharem a certidão de casamento, notaram que haviam completado as bodas de ouro.

Nascidos em Minas Gerais, o casal adotou Sorocaba como lar em busca de melhores condições de vida há mais de 30 anos. Eles se casaram em 26 de junho de 1974 e em 2024 completaram meio século de união. Contam, no entanto, que estão juntos há mais de 60 anos. “Nossas famílias eram muito próximas, fomos criados juntos e, quando menos percebemos, estávamos apaixonados”, comenta José.

O casal é natural de Comercinho, no norte de Minas Gerais. Eles casaram-se jovens. Com três filhos, quatro netos e dois bisnetos, José e Maria revelam o segredo para a vitalidade e longevidade do casamento: “Desde que começamos a namorar, sempre tivemos muito respeito, carinho, amor e companheirismo. Trabalhamos juntos para construir nossa vida, respeitamos um ao outro, temos nossas brincadeiras saudáveis e contamos tudo um ao outro, sem segredos, com muita conversa e segurança”, explica José. Seis meses depois da data oficial dos 50 anos de casamento, será realizada a comemoração organizada pela família.

Histórias como as de Viviane e André, Vanessa e João, e José e Maria demonstram que, apesar dos desafios e das mudanças ao longo dos anos, o amor e a parceria continuam sendo pilares essenciais para uma união duradoura. Seja nas bodas de papel ou nas de ouro, cada etapa do casamento carrega consigo aprendizados e memórias que se tornam parte da trajetória do casal. Em tempos onde tudo parece passageiro, celebrar essas histórias de compromisso e resiliência é um lembrete de que o amor, quando cultivado com carinho e respeito, pode atravessar décadas e se fortalecer com o tempo. (Ana Sentelhas - programa de estágio)

 

1 ano: Bodas de papel

5 anos: Bodas de madeira

10 anos: Bodas de estanho

15 anos: Bodas de cristal

20 anos: Bodas de porcelana

25 anos: Bodas de prata

30 anos: Bodas de pérola

40 anos: Bodas de esmeralda

50 anos: Bodas de ouro

60 anos: Bodas de diamante

 

 

 

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