O preço da cesta básica sorocabana em fevereiro de 2025 registrou aumento de 8,58% em comparação com o mesmo mês de 2024, o que representa um acréscimo de R$ 90,81. Já em relação a janeiro de 2025, o valor apresentou uma leve queda de 0,33%, passando de R$ 1.152,82 para R$ 1.148,96 — uma redução de R$ 3,86 para o consumidor. As informações são do Boletim da Cesta Básica Sorocabana do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso).

Os produtos que mais subiram em fevereiro foram os ovos, que passaram de R$ 10,13 para R$ 11,87 — uma alta de 17,18% — e o café, que aumentou 11,76%, saindo de R$ 25,86 (pacote de 500g) em janeiro para R$ 28,89 em fevereiro.

Segundo o economista e professor Marcos Canhada, coordenador da pesquisa, o aumento expressivo nos últimos 12 meses foi influenciado por questões de oferta, afetada pelo excesso ou escassez de chuva. A desvalorização do real também contribuiu para o cenário, já que encareceu insumos importados e estimulou a exportação de alguns itens, reduzindo a oferta interna e elevando os preços.

Já a queda de fevereiro em relação a janeiro foi impulsionada pela melhor oferta de alguns itens, especialmente a carne bovina, que tem um peso significativo na composição da cesta básica.

“O ovo, no aspecto de elevação de preço, em fevereiro, foi o grande vilão. Especificamente, esse item teve seu preço afetado por uma conjugação de fatores, dentre os quais destacamos a alta temperatura que afeta a produção, aumento do custo de alimentação de aves e demanda externa maior, que reduz a oferta interna”, explica o economista. O professor destaca que as condições climáticas também influenciam no valor do café. “O café vem apresentando altas sucessivas nos últimos meses, face a aspectos climáticos, que afetam o Brasil e também o Vietnã, que são os maiores produtores desse item”, explica Canhada.

Batata está mais barata

A batata foi o alimento com a maior queda de preço na cesta básica sorocabana em fevereiro. Segundo a pesquisa, o preço médio do quilo caiu de R$ 5,79 em janeiro para R$ 5,16 — uma redução de 10,88%. “A batata, que teve seu preço em patamares muito elevados em 2024, vem, nos últimos meses, apresentando quedas importantes por conta de melhoria na safra em áreas produtoras”, explica o economista e professor Marcos Canhada.

Outros produtos que registraram redução foram o vinagre (-10,29%) e o sabonete (-4,91%). O feijão também apresentou queda: o quilo passou de R$ 7,22 para R$ 6,89, uma diminuição de 4,57%.

As carnes bovinas também ficaram mais baratas. A carne de 1ª qualidade teve o preço médio reduzido de R$ 46,65 para R$ 46,19. Já a carne de 2ª qualidade caiu de R$ 35,04 para R$ 33,60, uma redução de 4,11%.

Canhada avalia que a perspectiva para os próximos meses é de redução nos preços. “Face às perspectivas de melhoria na safra de produtos importantes e arrefecimento na tendência de desvalorização cambial, porém, dependemos de fatores com certas imprevisibilidade, como o clima e fatores externos, que podem trazer mudanças no cenário a qualquer momento”, conclui o economista.