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Reflexão

Dia Internacional da Mulher: data para lembrar conquistas e exigir direitos

Mulheres compartilham o orgulho pelas vitórias alcançadas na profissão e na família

07 de Março de 2025 às 22:00
Vanessa Ferranti [email protected]
Beatriz Righi fala sobre o amor à profissão
Beatriz Righi fala sobre o amor à profissão (Crédito: DANIEL GOUVEIA)

Celebrado hoje (8), o Dia Internacional da Mulher é uma data importante para relembrar os avanços conquistados, as lutas enfrentadas e, principalmente, para conhecer e exigir os direitos. Para marcar a data, o Cruzeiro do Sul ouviu mulheres que compartilharam o orgulho pelas vitórias alcançadas, seja em suas carreiras ou ao lado da família e dos amigos.

O Dia Internacional da Mulher foi instituído pelas Nações Unidas nos anos 1970 para lembrar justamente das lutas e conquistas das mulheres, principalmente relacionadas aos movimentos trabalhistas do século 20.

Para a presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB Sorocaba, Bruna Natale, o Dia Internacional da Mulher é uma data de celebração, mas também de reflexão. “É uma data que marca essas lutas e muitas conquistas, logicamente. Só que nós não podemos esquecer que muitas coisas ainda não foram conquistadas. E o ritmo dessas conquistas também é muito lento. Então, é uma data de celebração, é uma data de homenagem às mulheres, mas também é uma forma de provocar a reflexão durante o ano”, comenta.

Nos últimos anos, as mulheres conquistaram direitos. Novas leis também foram criadas especificamente para a segurança delas. Em 2006, por exemplo, houve a criação da Lei Maria da Penha contra a violência doméstica — um marco importante que completou 18 anos em 2024.

Já em 2015 o feminicídio foi retirado como qualificador do crime de homicídio e se tornou um crime autônomo no Código Penal, com penas mais altas. Em 2023, mulheres puderam optar pela laqueadura sem a autorização dos parceiros.

Atualmente, por segurança, mulheres, de qualquer idade, podem ser acompanhadas por um adulto de sua escolha em unidades hospitalares públicas e privadas. “São direitos que, às vezes, as pessoas não prestam muita atenção e não conhecem, mas é importante divulgar”, ressalta Bruna.

Amor pela profissão

Beatriz Righi é uma das mulheres que celebram o 8 de março. Cabo do 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros de Sorocaba, ela faz parte da equipe há dez anos. Mãe dedicada, cuida da família e também da sociedade por meio de seu trabalho na corporação.

Beatriz compartilha que se sente feliz e realizada na profissão que escolheu. “O nosso efetivo é composto, na maioria, por homens, mas temos o nosso espaço dentro da instituição, conseguimos conquistar esse lugar”, afirma. “Graças a Deus conseguimos trabalhar de igual para igual. O pessoal gosta muito de ter mulher no efetivo por conta da parte mais afetiva”, complementa. “Às vezes, em determinadas ocorrências, a gente percebe que algumas pessoas se sentem mais confortáveis, principalmente quando o atendimento é para outra mulher.”

Cuidado pela família

Elizabete Carvalho é de Goiânia e mora em Sorocaba há mais de 30 anos. Mesmo depois de criar os filhos — já são adultos —, faz questão de demonstrar todo o cuidado que tem pela família. “Meus filhos têm 38 e 40 anos, mas a minha preocupação continua a mesma”, ressalta. “A gente tem de ser muito forte para criar uma família e educar os filhos. Eu fiz de tudo para eles estudarem e hoje estão bem.”

Data importante

Mãe de três filhos, avó de cinco netos e bisavó de nove bisnetos, Maria Aparecida Ricardo Pereira a importância da data. “É uma data para ser lembrada pelo reconhecimento da mulher”, diz. “A mulher trabalha 24 horas por dia, ela é mãe, esposa, dona de casa, professora, aluna, secretária, médica, é uma pessoa que deve ser valorizada.”

 

Violência ainda é o que mais preocupa

 

Mesmo com tantos direitos conquistados, muitas mulheres ainda sofrem, diariamente, com a violência doméstica, crime que pode deixar traumas e acabar com a vida. Na região de Sorocaba, por exemplo, em apenas nove dias, três mulheres foram mortas pelo companheiro. Os casos foram registrados em Itapetininga, Votorantim e Mairinque.

Para minimizar os impactos desta dura realidade, a presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB de Sorocaba, Bruna Natale, ressalta a importância de explorar a igualdade de gênero na educação básica, nas políticas públicas e também nas iniciativas privadas.

“A conscientização é importante para todos viverem numa sociedade em que haja igualdade de gênero. Não só as mulheres, mas todo mundo é beneficiado. E isso em conjunto, claro, com as políticas que nós já conhecemos, de prevenção, mas temos também as medidas repressivas que envolvem todo o poder judiciário, o atendimento da Guarda Civil Municipal, Polícia Civil, Polícia Militar e profissionais qualificados com essa perspectiva de gênero para atender essas vítimas. Então, passa por toda uma estrutura social”, detalha.

É importante ressaltar que a violência contra a mulher não é somente física. Ela pode ser psicológica, moral e sexual. Em casos como esses, a mulher deve buscar ajuda. Amigos e familiares das vítimas também podem denunciar.

A Delegacia da Mulher (DDM) de Sorocaba está localizada na rua Caracas, 846, Jardim América. O atendimento é 24 horas. Denúncias também podem ser feitas pelo 190 da PM ou 181. Em Sorocaba, também há o Centro de Referência da Mulher (Cerem), que fica na avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira, 440, Centro.

“É importante que as mulheres saibam como fazer as denúncias, que lugares elas devem procurar, onde elas vão ser ouvidas. Eu acredito que tem de ser feito mesmo um trabalho em conjunto com a sociedade para que a gente mude essa cultura”, enfatiza a advogada.

 

 

 

 

 

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