Dois prédios do Governo Estadual estão sem uso em Sorocaba, mas um deles já tem destino certo em 2025: o imóvel vai abrigar o Núcleo de Perícias Criminalísticas (NPC) e o Núcleo de Perícias Médico-Legais (NPML), ambos vinculados à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Segundo informações da pasta, “o projeto está em desenvolvimento”. A nova estrutura ocupará o antigo prédio do Escritório de Defesa Agropecuária (EDA), localizado na rua Gustavo Teixeira, no bairro Mangal, em frente a duas escolas infantis conhecidas na cidade. O outro prédio, que abrigava o antigo Departamento Regional de Saúde, em frente à Rodoviária de Sorocaba, retomará serviços de vigilância sanitária.

Em 2021, reportagem do Jornal Cruzeiro do Sul indicava que o prédio da Gustavo Teixeira seria transformado no Palácio da Polícia Civil, reunindo todas as unidades de atendimento ao público. A definição ocorreu em uma reunião articulada pela deputada estadual Maria Lucia Amary (PSDB) com o então secretário estadual de Segurança Pública, General Campos, e representantes das pastas de Desenvolvimento Regional, da Polícia Civil e do Centro Universitário Facens, representada pela Profa. Dra. Giovanna Brígitte.

Questionado sobre os planos de 2021, o governo paulista limitou-se a responder que o prédio da Gustavo Teixeira será transferido para a Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC), que acomodará os dois núcleos mencionados. Parte do trabalho dessas unidades inclui os serviços executados pelo Instituto Médico Legal (IML), atualmente localizado em um anexo na sede do Deinter-7 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), no Jardim América. O Núcleo de Perícias Criminalísticas (NPC) e o Núcleo de Perícias Médico-Legais (NPML) são responsáveis por perícias criminais, análises científicas de provas e vestígios coletados em cenas de crime, emissão de laudos técnicos e outros serviços.

O EDA deixou o prédio da rua Gustavo Teixeira há poucos meses e agora atende na rua Antônio Gomes Morgado, no bairro Além Ponte. Anteriormente, ocupava apenas parte da estrutura, que se estende por um grande quarteirão. Uma porteira de uma das escolas em frente ao prédio relatou ter visto funcionários do IML visitando o local nesta semana. A fachada do edifício está degradada, com mato alto impedindo a visão, e o local atrai, ocasionalmente, moradores de rua e catadores de recicláveis. “É muito pernilongo e bichos. Tem muita sujeira ali acumulada”, afirmou a porteira, que preferiu não se identificar. Apesar da presença de andarilhos, o local conta com vigilante, segundo o porteiro da outra escola.

O segundo prédio sem uso, localizado na avenida Comendador Pereira Inácio, apresenta mais sinais de deterioração. A estrutura, em formato de “U”, ainda abriga parte das atividades do Instituto Adolfo Lutz-Sorocaba, laboratório médico ligado ao governo estadual. Uma comerciante, que há 17 anos tem uma loja vizinha ao prédio, relatou problemas causados pelo abandono do imóvel. ‘Sai muita aranha dali, sofremos com muito pernilongo, é bem chato. Fora a atenção que o prédio chama dos moradores de rua‘, explica a mulher, que também preferiu não se identificar. A região da rodoviária concentra um número significativo de andarilhos.

Em resposta à reportagem, a assessoria do Governo do Estado informou que o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Sorocaba concluiu os serviços de zeladoria do antigo prédio em 28 de fevereiro. O processo de reforma da estrutura está em fase de estudos, para que, posteriormente, as atividades administrativas do DRS e dos grupos de Vigilância Epidemiológica e Sanitária retornem à unidade. A nota não especifica quando isso ocorrerá.

A reportagem também questionou o governo paulista sobre a quantidade e localização de prédios sem uso em Sorocaba. A Subsecretaria de Patrimônio informou que há cerca de 20 imóveis desocupados na cidade, parte deles já destinada às Secretarias de Estado, aguardando adequações para ocupação. “A Subsecretaria trabalha também para regularizar documentações e laudos obrigatórios, visando ações como leilão, cessões a prefeituras e acordos para, cumprindo todos os requisitos legais, diminuir a quantidade de prédios ociosos do Governo de SP”, conclui a nota. A pasta, no entanto, não detalhou as localizações dos imóveis, conforme solicitado. (Tom Rocha)