Chuvas
Soluções para enchentes voltam a ser debatidas
Em audiência pública, autoridades e especialistas discutem investimentos em drenagem, infraesturura e tecnologia verde

A Câmara de Sorocaba sediou, na noite de quarta-feira (26), uma audiência pública para debater medidas estruturais e sustentáveis no combate às enchentes no Parque das Águas. A iniciativa foi do vereador Ítalo Moreira (União) e reuniu autoridades, especialistas e moradores da região afetada para discutir avanços e desafios na gestão das inundações.
Durante a audiência, o parlamentar destacou a importância da continuidade das discussões e lembrou que, desde o debate passado, foi aprovado um financiamento de 66 milhões de dólares. Deste montante, 56 milhões serão investidos em infraestrutura e sistemas de drenagem, enquanto os dez milhões restantes serão destinados à criação de áreas de permeabilidade e proteção ambiental.
Ítalo citou ainda a experiência de Jundiaí como referência na mitigação de enchentes, ressaltando que a cidade não enfrenta grandes alagamentos há mais de uma década. Além disso, alertou que as mudanças climáticas podem agravar a situação em Sorocaba, tornando ainda mais urgente a ampliação das medidas de prevenção.
Desassoreamento contínuo
O vereador Toninho Corredor (Agir) reforçou a necessidade de um desassoreamento contínuo do Rio Sorocaba. Segundo ele, o acúmulo de sedimentos em pontos críticos, como a Ponte Dom José Melhado, dificulta o escoamento da água e compromete o ecossistema local. Ele, então, sugeriu a instalação permanente de dragas e a intensificação da manutenção das margens e piscinões, principalmente na região do Abaeté.
Além disso, foram discutidas soluções como a ampliação dos reservatórios de água e a adoção de pisos drenantes para reduzir o escoamento superficial. Um dos projetos apresentados foi a transformação do Parque das Águas em um “parque esponja”, inspirado em modelos de cidades como Xangai, China, onde a infraestrutura verde é utilizada para absorver grandes volumes de água da chuva.
Os participantes também abordaram o papel da tecnologia na mitigação de enchentes. Uma das propostas foi a criação de um aplicativo de alerta para moradores das áreas de risco, informando, em tempo real, sobre o nível do Rio Sorocaba e a possibilidade de transbordamento. Outra sugestão foi a instalação de totens com aviso sonoro ou alarmes para situações de emergência.
Eficácia das medidas
Moradores da região questionaram a eficácia das medidas já implementadas — elevação dos diques e instalação de bombas de drenagem — e pediram novos estudos para avaliar se essas ações serão suficientes para conter futuras enchentes. A possibilidade de desapropriação de uma área no Jardim Maria do Carmo para ampliação das estruturas de contenção também foi debatida.
A audiência contou com a participação do diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Glauco Fogaça; da presidente da Associação de Moradores do Parque das Águas, Cristina Elias; da advogada da associação, Juliana Eiko Tangi, bem como de representantes das secretarias de Serviços Públicos e Meio Ambiente e membros do Rotaract Fênix.
O encontro foi transmitido, ao vivo, pela TV Câmara e pelas redes sociais do Legislativo, onde segue disponível na íntegra. O próximo passo será a elaboração de um relatório com as sugestões apresentadas, que servirá de base para futuras ações da administração municipal. (Da Redação)