12 casos
Mortes por febre amarela mobilizam autoridades sanitárias

Autoridades sanitárias já registraram 12 casos e oito óbitos em humanos por febre amarela no Estado de São Paulo — todos com histórico de não vacinação —, além de 30 casos em primatas não humanos (macacos). O governo de São Paulo agora convoca toda a população para a imunização contra a doença, a medida mais eficaz de proteção. Desde o ano passado, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo registrou 30 casos em macacos nas regiões de Ribeirão Preto, Campinas, Barretos e Osasco. No começo do mês, a Prefeitura de Sorocaba fez um mutirão de vacinação, com 13 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) como parte da campanha. Conforme os dados divulgados pela prefeitura, 1,5 mil doses da vacina ficaram disponíveis em toda a cidade.
“É importante que toda a população que nunca se vacinou contra a febre amarela o faça neste momento. A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde nos 645 municípios do Estado. A febre amarela é uma doença imunoprevenível, ou seja, há vacina para nos proteger”, afirma Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde.
A Secretaria da Saúde (SES) de Sorocaba informa que o último caso de febre amarela em humanos em Sorocaba foi em janeiro de 2019, sendo um caso importado do município de Cajati. O sistema público sorocabano de saúde distribui vacinas contra a febre amarela nas 33 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Como prevenção à febre amarela, em casos suspeitos, a Zoonoses realiza a visita em imóveis de pessoas com a doença para combate ao vetor, assim como é feito em casos de dengue.
A secretaria estadual foi questionada a respeito de ações e medidas da pasta para Sorocaba, mas não detalhou a respeito.
Neste ano, o Estado recebeu 600 mil doses de vacina da febre amarela para a vacinação de rotina e mais 1,3 milhão de doses para a intensificação da vacinação por parte do Ministério da Saúde. Em janeiro, a Secretaria de Estado da Saúde solicitou 6 milhões de doses da vacina contra a doença ao órgão federal para distribuição aos 645 municípios a fim de atender à população não vacinada do Estado.
Sintomas
Para saber se está com os sintomas da febre amarela, é importante notar início súbito de febre; calafrios; dor de cabeça intensa; dores musculares; dores no corpo em geral; náuseas e vômitos; fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa infectada pode desenvolver algumas complicações, como febre alta; icterícia; hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. A pessoa apresenta os sintomas iniciais da febre amarela de 3 a 6 dias após ter sido infectada.
Desde 2020, o Ministério da Saúde (MS) atualizou a recomendação de vacinação contra doença da seguinte forma: para crianças menores de 5 anos de idade são duas doses, a primeira aos 9 meses e a segunda aos 4 anos; e para crianças a partir dos 5 anos, a vacina é dose única.
Aqueles que ainda não receberam o imunizante contra a febre amarela, que não possuem a carteira de vacinação ou têm dúvidas se foram vacinados, devem buscar uma UBS mais próxima. Caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade, deverá receber uma dose adicional, independentemente da idade em que o indivíduo procure o serviço de vacinação.
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e, assim que surgem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata. O vírus da febre amarela apresenta um ciclo silvestre no qual os principais vetores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata quando não vacinado. Os primatas não humanos também atuam como hospedeiros amplificadores do vírus que, nesse ciclo, são considerados hospedeiros acidentais.
Em casos de animais primatas encontrados mortos em Sorocaba, a população deve entrar em contato com a Zoonoses pelo telefone (15) 3229-7333, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Após esse horário, ou finais de semana e feriados, o contato é com a Guarda Civil Municipal (GCM) pelo telefone 153. (Da Redação)