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Coleta seletiva segue precária na cidade

17 de Fevereiro de 2025 às 21:52
Gabrielle Camargo Pustiglione [email protected]
Papelão e plástico, de menor valor, acabam sendo deixados de lado por catadores
Papelão e plástico, de menor valor, acabam sendo deixados de lado por catadores (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (13/2/2025))


Moradores do Jardim dos Estados, Jardim São Carlos, Jardim São Paulo, Jardim Saira e região central de Sorocaba têm reclamado da irregularidade na coleta de recicláveis, que acabam sendo recolhidos como lixo. A falta do recolhimento dos materiais que podem ser reaproveitados também deixa sujeira nas ruas. A cobrança de providências para coleta seletiva em Sorocaba não é recente, conforme reportagens publicadas pelo Cruzeiro do Sul.

A reportagem ouviu alguns moradores e entre os principais problemas está a irregularidade e falta de programação. Eles sugerem a ampliação do serviço por meio de cooperativas.

Ari Leonel é morador do Jardim São Paulo e conta que em seu bairro o caminhão de coleta seletiva passa eventualmente às segundas-feiras. “No meu bairro está agendado para a coleta dos recicláveis às segundas, porém não tem frequência ou horário. Os moradores não sabem quando deixar os materiais para coleta e quando não é feita acabam descartando no contêiner de lixo comum. A falta de coleta tem feito com que outras pessoas passem para retirar os recicláveis, mas são mais seletivos, retirando somente os materiais de maior valor e com frequência acabam deixando o que não interessa espalhado”, diz Leonel.

Uma moradora da região central que não quis se identificar relatou que separa os recicláveis por ética ambiental. Ela estranha o fato de que a região central, onde o volume de recicláveis é grande por conta do comércio, não faz parte da agenda de coleta seletiva. Na opinião da moradora, a parceria deveria ser ampliada com outras cooperativas e não somente com a Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba (Coreso) e Cooperativa de Egressos e Familiares de Egressos de Sorocaba (Coopereso), que recolhem, fazem a triagem e a comercialização dos resíduos passíveis de reciclagem.

No Jardim dos Estados o problema também é frequente, conforme moradores. Agendado para a coleta às terças-feiras, sem horário fixo, eles têm evitado deixar os materiais nos contêineres para que não sejam revirados e deixados no chão por quem só recolhe parte dos recicláveis.

“O problema aqui é frequente. Dependendo do que vamos deixar para a coleta é necessário evitar para não causar transtorno e temos de recorrer a postos de entrega voluntários para recicláveis. Um absurdo não ter uma coleta seletiva na cidade. A prefeitura deveria agir, dar uma solução para o problema”, declarou outro morador do Jardim dos Estados.

Em outros pontos da cidade a reclamação sobre a falta de estrutura para a coleta seletiva também é a mesma e a população sugere a ampliação do serviço e opções para coleta também em condomínios, que não fazem parte do acordo de cooperação para coleta seletiva no município.

A presidente da Coreso, Claire Cristine Pasqualini, havia dito em reportagem publicada em janeiro que houve uma queda drástica nos preços de recicláveis no ano passado, o que desestimulou a coleta e reduziu a quantidade de materiais. No entanto, o preço voltou a subir neste ano. “Na realidade, o preço dos materiais é muito volátil e depende do consumidor final”, disse Claire na ocasião. As duas cooperativas operam de forma voluntária e com o apoio da prefeitura.

Acordo

Em nota, a Prefeitura de Sorocaba informou que por meio da Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema), possui acordo de cooperação para coleta seletiva no município, por meio das cooperativas Coreso e Coopereso.

As cooperativas fazem coleta seletiva em aproximadamente 170 bairros de Sorocaba, gerando cerca de 300 toneladas de lixo reciclado por mês, de acordo com a prefeitura.

Há plano de um novo sistema de coleta e gestão de resíduos para o município, por meio de parceria público-privada, junto às cooperativas. “Este modelo considera os princípios da universalização, prestação de serviço com qualidade e eficiência, minimização e redução nos impactos ambientais, conforme o que preconiza as Leis nº 12.305/2010 e nº 11.445/2007. Atualmente, a etapa do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) foi concluída e o município prossegue com os trâmites necessários para viabilizar a implantação do novo sistema”, informa a administração municipal.

A orientação aos moradores que não são atendidos pela coleta seletiva é levar os materiais até a cooperativa mais próxima de sua residência ou em um dos Ecopontos (Vila Helena, Cajuru, Júlio de Mesquita Filho e Vila Isabel).

As pessoas podem depositar, gratuitamente, no local, até um metro cúbico de entulho de obras, madeiras de construção civil, móveis velhos, recicláveis, resíduos eletrônicos e eletrodomésticos, o que equivale a, aproximadamente, cinco carrinhos de mão. “Diferentemente dos antigos Ecopontos que existiam no município, o espaço, agora, é todo cercado, tem controle de acesso, recepção, contêiner com banheiro, iluminação em LED, paisagismo e câmeras de videomonitoramento”.

De acordo com a Prefeitura de Sorocaba, dúvidas sobre os bairros que fazem parte da coleta seletiva, pontos para descarte ou solicitação a respeito da coleta seletiva na cidade podem ser dirigidas à Central de Atendimento da Prefeitura de Sorocaba, que opera 24h por dia, sete dias por semana, pelo link: http://www.sorocaba.sp.gov.br/atendimento; pelo WhatsApp da Ouvidoria Geral do Município: (telefone 15 99129-2426, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira), e pelo telefone 156.

 

 

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