Tecnologia
Estudantes são finalistas de feira de ciências e engenharia

Três estudantes de Capela do Alto, Região Metropolitana de Sorocaba, são finalistas da 23ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), com o Projeto Safe Forest (Floresta Segura, em português). Os adolescentes de 15 anos, Yago Gabriel Wandermil dos Santos, Kaio Augusto Faria de Carvalho e Francisco Neri Alves Carriel Neto, sob orientação da professora de ciências Julia Fernanda de Camargo Teles Miranda, criaram um sistema inteligente de prevenção e combate a incêndios florestais.
A mostra presencial deste e de outros projetos será entre os dias 24 e 28 de março, na Universidade de São Paulo (USP), na capital. Durante o evento, o trio terá a oportunidade de apresentar o trabalho a professores, pesquisadores, patrocinadores e ao público em geral.
A Febrace é um programa de talentos em ciências e engenharia que estimula a cultura científica, o saber investigativo, a inovação e o empreendedorismo em jovens e educadores da educação básica e técnica do Brasil. Neste ano, 2.700 projetos foram inscritos e 276 selecionados, entre eles o dos meninos de Capela do Alto.
Tudo começou no ano passado, quando os adolescentes estavam no 9º ano do ensino fundamental e estudavam na Escola Municipal Vereador Francisco Munhoz Sanches. O projeto foi criado, inicialmente, para ser apresentado na Feira Municipal de Ciências de Capela do Alto. A ideia e a execução do trabalho foram tão boas que os meninos venceram a categoria projeto inovador. Após passarem pela semifinal da Febrace, agora eles representam a Região Metropolitana de Sorocaba na maior feira de ciências e engenharia do Brasil.
Funciona pelo calor
Usando tecnologia, os estudantes montaram um protótipo, simulando uma floresta. Na maquete criada há um sistema de detecção de incêndios e de irrigação para mitigar e controlar o fogo. O projeto contempla também um sistema de alarme para espantar os animais da área com as chamas. Outra iniciativa é o envio de uma notificação para a sede do Corpo de Bombeiros. Desta forma, a equipe de combate poderia chegar ao local por meio da localização das coordenadas.
“Esse sistema funciona por fonte de calor. Por exemplo, no nosso protótipo, quando a gente aproxima uma fonte de calor, um fósforo ou um isqueiro, ele automaticamente aciona o alarme. E aí, posteriormente, também o sistema de irrigação”, explica a professor Julia. “A gente não utilizou a água, mas um sistema fictício. Aí ele já aciona o irrigador. A ideia também era colocar um módulo que a gente chama de GSM que também serve para enviar notificação via SMS às autoridades.”
Ainda conforme a docente, os meninos receberam muitos elogios durante a apresentação do primeiro projeto. Agora, eles aprimoram o trabalho, com a construção de um segundo protótipo, com as dimensões exigidas pela USP. “Foi uma experiência muito boa e, para esta parte do nosso projeto, que vamos ampliar e apresentar para outras cidades, estamos tentando fazer um bom esforço, pois a gente sabe que, nessa área, quem vai competir são projetos inovadores. Então, a dedicação tem de ser um pouquinho maior também”, comenta o estudante Kaio.
Para os jovens cientistas, obter o reconhecimento pelo trabalho é uma experiência única. “Em Capela tem um teatro, onde todos os projetos foram apresentados [na Feira Municipal de Ciências] e têm três colocações: primeiro, segundo e terceiro lugar. Depois tem o projeto inovador. Ficamos na expectativa. Teve o anúncio do primeiro, do segundo e do terceiro lugar e quando anunciou o projeto inovador foi uma surpresa gratificante”, lembram os meninos.
Para a secretária de Educação de Capela do Alto, Elaine Corrêa, ver talentos é recompensador. “É satisfatório perceber essa criatividade e essa entrega que os alunos da rede trazem”, conclui.