Para marcar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado hoje (11), o campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) esteve integrado à edição 2025 do Global Women Breakfast (GWB) -- Acelerando a Equidade na Ciência. O evento, realizado em mais de cem países em seis anos, tem como objetivo estabelecer uma rede ativa de pessoas para incentivar a igualdade de gênero na ciência.

Nas atividades da UFSCar, voltadas aos estudantes e coordenadas pelas professoras Fernanda Keila Marinho, do departamento de física, química e matemática (DFQM-So), da própria universidade, bem como de Amanda Pinheiro Mancuso, da Fatec-Itu, deu voz a Eliane Merklein e a Stefanny Franco Amaro.

Com 44 anos, licenciada em biologia e química, pós-graduada em biotecnologia e monitoramento ambiental, mestre em ensino de ciências e matemática e professora há 15 anos, Eliane conta que escolheu a pesquisa do doutorado com a intenção de desenvolver habilidades, além de contribuir com a discussão ambiental.

Para ela, a presença de mulheres na ciência contribui para a diversificação de ideias, para promover a igualdade, a representatividade em diversas áreas, o avanço científico, bem como melhorias sociais e econômicas. “O fato de ser mulher, não me torna menos capaz”, afirma. “Incluir a mulher na ciência, é somar para o desenvolvimento.”

Por sua vez, Stefanny, 26, explica que escolheu a área da ciência dos materiais com o propósito de desenvolver dispositivos que auxiliem na detecção de substâncias tóxicas no meio ambiente. Ela, inclusive, é recém-graduada em química pela UFSCar e está ingressando no Programa de Pós-graduação de Ciência dos Materiais.

Stefanny também é integrante do Grupo de Pesquisa de Nanociência e Nanotecnologia Aplicada ao Sensoriamento (GPNNS) e sua graduação foi voltada à fabricação e modificação de sensores eletroquímicos para detecção de Paraquat, um herbicida tóxico e proibido no Brasil.

Prioridade global

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência visa conscientizar a sociedade de que a ciência e a igualdade de gênero precisam andar lado a lado. A data contribui ainda para dar visibilidade ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS-5) da Agenda 2030 da ONU, que busca alcançar a igualdade de gênero e dar poder às mulheres e meninas para realizarem seu potencial criativo.

A igualdade de gênero é uma prioridade global da Unesco. O apoio a jovens meninas, sua formação e suas habilidades plenas para fazer com que suas ideias sejam ouvidas, impulsionam o desenvolvimento e a paz.

Apenas 35%

Conforme a Unesco, a porcentagem média global de pesquisadoras é de 33,3% e apenas 35% de todos os estudantes das áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, na sigla em inglês), são mulheres. “Os números demonstram como ainda persistem barreiras e baixa representatividade para as mulheres e meninas, sobretudo em áreas consideradas predominantemente masculinas”, conclui o órgão internacional.