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Soft skills

Habilidades comportamentais são valorizadas, diz especialista em RH

05 de Fevereiro de 2025 às 21:30
Beatriz Falcão [email protected]
Empresas de pequeno e médio porte agora solicitam e apreciam as chamadas ‘soft skills’
Empresas de pequeno e médio porte agora solicitam e apreciam as chamadas ‘soft skills’ (Crédito: DIVULGAÇÃO / PREFEITURA DE SOROCABA)

Habilidades comportamentais, as famosas “soft skills”, estão sendo cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Além de certificados de cursos profissionalizantes, atributos pessoais, traços de personalidades e comunicação se tornaram um grande diferencial no currículo. Inteligência emocional, empatia, proatividade e desenvoltura são apenas alguns exemplos.

De acordo com Sonia Padilha, especialista em desenvolvimento humano e profissional, as soft skills eram requisitadas principalmente em grandes companhias. No entanto, após a pandemia da Covid-19, empresas de pequeno e médio porte começaram a solicitar e também apreciar.

“Na hora de recrutar, nós analisamos o comportamento para todas as vagas. Normalmente, as pessoas acham que habilidades pessoais são requisitadas somente para cargos de liderança ou de gestão, mas não é verdade”, aponta Sonia.

Entre as competências mais valorizadas no ambiente de trabalho, a especialista elenca: empatia, curiosidade, colaboratividade e inteligência emocional. Segundo ela, o funcionário que tem mais facilidade de perceber o outro, bem como tem proatividade para ajudar sem ser solicitado, se destaca.

“Depois da pandemia, o ser humano ficou mais egocêntrico. Portanto, empatia e o senso de colaboração são importantes e difíceis de ser encontrados. Normalmente, as pessoas focam somente no seu trabalho, não percebem a dificuldade do colega e só se propõem a ajudar quando é pedido”, discorre Sonia. “Além disso, a curiosidade de estar aberto e querer aprender é muito apreciada, porque permite o funcionário ir além daquela única função.”

Neste cenário, a especialista apresenta o conceito chamado “CHA”, que engloba os pilares de conhecimento, habilidade e atitude. Essas características são consideradas necessárias para o desenvolvimento efetivo de um profissional.

O primeiro item é adquirido por meio de cursos de capacitação e estudos, enquanto o segundo é desenvolvido por meio de prática e experiências. Já o último pilar engloba o comportamento do funcionário. O desenvolvimento da atitude pode ser potencializado por meio de treinamentos focados. Para Sonia, neste caso, também cabe às empresas investirem em programas e palestras voltados para essas habilidades pessoais.

Mercado em mudança

A consultora de Recursos Humanos (RH), Vera Vaz, também enxerga o mercado de trabalho em constante mudança. Segundo ela, as competências técnicas continuam sendo importantes. Todavia, as habilidades comportamentais possuem o mesmo peso.

“O mercado mudou e não dá mais para agir como antes. Sem essas habilidades, será difícil se identificar e se encaixar em qualquer empresa”, afirma Vera. “Para líderes e gestores, essas competências são ainda mais essenciais. Na maioria dos casos, elas se tornam mais relevantes do que o conhecimento técnico, pois liderança exige além do domínio técnico da função.”

Entre as soft skills, a consultora de RH destaca: resiliência, gestão do tempo, pensamento crítico, adaptabilidade e gestão emocional. Principalmente nesta época, com excesso de WhatsApp, redes sociais e Inteligência Artificial (IA), é preciso aprender a filtrar, questionar e ter clareza, além de eliminar distrações para cumprir prazos. No entanto, ao mesmo tempo, é preciso estar aberto para o novo.

“As mudanças ocorrem enquanto dormimos. O ritmo está acelerado e os perfis mais cautelosos, que precisam de mais tempo para aceitar mudanças, terão de trabalhar essa questão internamente. O que é realidade hoje, pode ser totalmente diferente amanhã”, diz Vera. “Portanto, é fundamental uma boa gestão emocional.”