Soft skills
Habilidades comportamentais são valorizadas, diz especialista em RH
Habilidades comportamentais, as famosas “soft skills”, estão sendo cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho. Além de certificados de cursos profissionalizantes, atributos pessoais, traços de personalidades e comunicação se tornaram um grande diferencial no currículo. Inteligência emocional, empatia, proatividade e desenvoltura são apenas alguns exemplos.
De acordo com Sonia Padilha, especialista em desenvolvimento humano e profissional, as soft skills eram requisitadas principalmente em grandes companhias. No entanto, após a pandemia da Covid-19, empresas de pequeno e médio porte começaram a solicitar e também apreciar.
“Na hora de recrutar, nós analisamos o comportamento para todas as vagas. Normalmente, as pessoas acham que habilidades pessoais são requisitadas somente para cargos de liderança ou de gestão, mas não é verdade”, aponta Sonia.
Entre as competências mais valorizadas no ambiente de trabalho, a especialista elenca: empatia, curiosidade, colaboratividade e inteligência emocional. Segundo ela, o funcionário que tem mais facilidade de perceber o outro, bem como tem proatividade para ajudar sem ser solicitado, se destaca.
“Depois da pandemia, o ser humano ficou mais egocêntrico. Portanto, empatia e o senso de colaboração são importantes e difíceis de ser encontrados. Normalmente, as pessoas focam somente no seu trabalho, não percebem a dificuldade do colega e só se propõem a ajudar quando é pedido”, discorre Sonia. “Além disso, a curiosidade de estar aberto e querer aprender é muito apreciada, porque permite o funcionário ir além daquela única função.”
Neste cenário, a especialista apresenta o conceito chamado “CHA”, que engloba os pilares de conhecimento, habilidade e atitude. Essas características são consideradas necessárias para o desenvolvimento efetivo de um profissional.
O primeiro item é adquirido por meio de cursos de capacitação e estudos, enquanto o segundo é desenvolvido por meio de prática e experiências. Já o último pilar engloba o comportamento do funcionário. O desenvolvimento da atitude pode ser potencializado por meio de treinamentos focados. Para Sonia, neste caso, também cabe às empresas investirem em programas e palestras voltados para essas habilidades pessoais.
Mercado em mudança
A consultora de Recursos Humanos (RH), Vera Vaz, também enxerga o mercado de trabalho em constante mudança. Segundo ela, as competências técnicas continuam sendo importantes. Todavia, as habilidades comportamentais possuem o mesmo peso.
“O mercado mudou e não dá mais para agir como antes. Sem essas habilidades, será difícil se identificar e se encaixar em qualquer empresa”, afirma Vera. “Para líderes e gestores, essas competências são ainda mais essenciais. Na maioria dos casos, elas se tornam mais relevantes do que o conhecimento técnico, pois liderança exige além do domínio técnico da função.”
Entre as soft skills, a consultora de RH destaca: resiliência, gestão do tempo, pensamento crítico, adaptabilidade e gestão emocional. Principalmente nesta época, com excesso de WhatsApp, redes sociais e Inteligência Artificial (IA), é preciso aprender a filtrar, questionar e ter clareza, além de eliminar distrações para cumprir prazos. No entanto, ao mesmo tempo, é preciso estar aberto para o novo.
“As mudanças ocorrem enquanto dormimos. O ritmo está acelerado e os perfis mais cautelosos, que precisam de mais tempo para aceitar mudanças, terão de trabalhar essa questão internamente. O que é realidade hoje, pode ser totalmente diferente amanhã”, diz Vera. “Portanto, é fundamental uma boa gestão emocional.”