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Campanha

MPT lança campanha sobre direitos de trabalhadores de aplicativos

09 de Dezembro de 2024 às 22:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
"Direitos de verdade" traz histórias que falam das condições de trabalho de milhares de trabalhadores (Crédito: ERICK PINHEIRO / ARQUIVO JCS)

Rapidez nas entregas e prontidão no atendimento ao passageiro. Isso é o que todo consumidor de plataformas digitais de entrega e de transporte deseja. Mas, e para o trabalhador que ganha a vida nessas plataformas? Será que ele tem acesso a direitos de verdade? Essa é a tônica da nova campanha pública informativa lançada na sexta-feira (6) pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Campinas.

Intitulada “Direitos de verdade”, a campanha traz à discussão um tema polêmico, porém necessário: o que são direitos trabalhistas de verdade? E por que os motoristas e entregadores de aplicativos não devem ser tratados de forma diferente das pessoas que têm seus direitos regidos pela CLT? Para o MPT, não devem existir subcategorias de trabalhadores, justificada pelo uso de tecnologia na gestão do trabalho pelas empresas.

A campanha conta um pouco da história do Wagner, do Maycon, da Jéssika, da Christiane e do Jonatan, trabalhadoras e trabalhadores brasileiros com sonhos, aspirações e famílias, que saem de casa todos os dias para garantir o sustento diário por meio das plataformas digitais. Mas, com o tempo, eles percebem que as promessas de flexibilidade e renda se transformam em ilusão: menos tempo com a família e com os amigos, trabalhar mais para ganhar menos, nada de descanso semanal remunerado ou férias, falta de auxílio em caso de acidentes, enfim, nenhuma garantia social. Um ponto de preocupação adicional é que a plataformização do trabalho vem sendo implementada nas mais diversas profissões. Daí vem a assinatura da campanha: “Nenhum trabalho sem direitos de verdade: essa história também é sobre você”. As histórias são baseadas em fatos.

Veiculação

Os vídeos e demais peças da campanha serão veiculados nas redes sociais @direitosdeverdade no Instagram, TikTok, Facebook e YouTube, além do site www.direitosdeverdade.com, no qual o internauta pode encontrar informações sobre direitos trabalhistas, histórias de vida, importantes decisões judiciais dos tribunais da Europa sobre o tema, regulamentação em outros países, artigos acadêmicos, pesquisas científicas e uma série de outros conteúdos que serão atualizados continuamente.

As principais ruas e avenidas das grandes cidades do Estado de São Paulo serão abastecidas com painéis em pontos de ônibus, bancas e outros locais estratégicos com informações da campanha, no sentido de conscientizar a população paulista da importância de conferir direitos àqueles que mais precisam. As ruas de cidades do interior de São Paulo, onde nasceu a campanha: Campinas, Sorocaba, Ribeirão Preto, Jundiaí, dentre outras, receberam a campanha no seu lançamento, mas, a partir de amanhã (11), ela chegará à capital paulista em endereços movimentados como as avenidas Paulista e Brigadeiro Faria Lima.

“O MPT entende que são as plataformas que ditam as regras, que determinam os preços dos serviços prestados, valores a serem pagos aos trabalhadores, a forma como os trabalhadores devem atender os clientes, além de exercerem formas de punição, dentre outras questões. Ou seja, há o total controle do trabalho pelas plataformas. O atual modelo de negócios de muitas plataformas tem provocado intensa precarização do trabalho. Se não houver uma mudança no sentido de conferir direitos de verdade a esses trabalhadores, corremos o risco de ver essa precarização chegar a todos os trabalhadores brasileiros, de todas as categorias, colocando em risco a dignidade humana, desta geração e das futuras e a própria existência do Direito do Trabalho”, afirma a procuradora Clarissa Ribeiro Schinestsck, responsável pela campanha público-informativa.

O investimento da campanha advém de multas e indenizações de acordos e ações trabalhistas ajuizadas pelo MPT, tendo como objetivo a conscientização social a respeito do tema. Para baixar as peças da campanha, acesse www.direitosdeverdade.com. (Da Redação)