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Polícia Federal

Operação Quarto Elemento da PF faz busca e apreensão em Sorocaba

03 de Dezembro de 2024 às 07:41
Da Redação [email protected]
Ação foi deflagrada pela PF de Campinas
Ação foi deflagrada pela PF de Campinas (Crédito: Divulgação/ Polícia Federal)

Atualizada às 22h

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido pela Polícia Federal de Campinas ontem (3), pela manhã, em Sorocaba. A ação contou com a participação da Controladoria-Geral da União (CGU). A operação Quarto Elemento investiga desvio de recursos públicos destinados à saúde. Os alvos são a Prefeitura de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo, e uma organização social. A ação também aconteceu em Barretos, Bragança Paulista, Franco da Rocha, Mairiporã, Mogi das Cruzes, Santo André, São Bernardo do Campo, São João da Boa Vista e na Capital. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados.

De acordo com a PF, a investigação tem o objetivo de apurar práticas ilegais envolvendo a gestão de recursos públicos na execução de convênio, celebrado em abril de 2022, entre a Prefeitura de São João da Boa Vista e uma organização social para a gestão de unidades de saúde. Os repasses, segundo a PF, passaram de R$ 50 milhões, sendo R$ 14 milhões em recursos federais.

Durante a investigação, a PF e a CGU colheram indícios de desvios de recursos públicos por meio da subcontratação de empresas supostamente fornecedoras de produtos e serviços à organização social. Também foram constatadas transferências de elevados valores das contas da organização social e das empresas subcontratadas para contas correntes do principal investigado, de seus familiares e de pessoas sob sua forte influência, as quais figuram ora como sócios, ora como empregados, ora como gestores dessas empresas subcontratadas ou da principal organização social investigada.

Ainda conforme a PF, a investigação também apura possíveis práticas de lavagem de dinheiro relacionadas à aquisição e emplacamento de veículos de luxo e aquisição de imóveis de alto padrão em nome de pessoas integrantes do núcleo familiar do líder da organização. Além dos mandados de busca e apreensão, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região determinou o sequestro de bens e bloqueio de valores no montante de R$ 20 milhões contra pessoas físicas e jurídicas investigadas e prisão temporária do principal investigado, o qual, segundo apurado, reside em Portugal, com elevado padrão de vida e ostentação nas redes sociais.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas passam de 35 anos de prisão.

O nome da operação é uma referência à quarteirização, conceito aplicado aos contratos de gestão quando uma organização contrata uma empresa terceirizada e esta contrata outras empresas terceirizadas para executar ou auxiliar no objeto do contrato.

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com a Prefeitura de São João da Boa Vista, mas não obteve retorno.

(Da Redação)