Medicina
Projeto de rastreamento do câncer de colo do útero é apresentado na Escócia

Desde março deste ano, a rede pública de saúde de Sorocaba passou a contar com um novo procedimento ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um método de rastreamento do câncer de colo de útero por genotipagem para Papilomavírus Humano (HPV).
Com o novo serviço, em torno de mil testes de biologia molecular estão sendo realizados. Os dados obtidos com os testes também foram utilizados em uma pesquisa mais ampla sobre a genotipagem do HPV, que tem como objetivo a implementação do método futuramente a fim de fortalecer a política pública de saúde da população.
O resultado com dados parciais foi apresentado no Congresso Internacional IPV 2024 Edimburgo, na Escócia, entre os dias 12 e 15. “A pesquisa também será vinculada ao Instituto Butantã e já tem apoio da World Health Organization [WHO-IARC]”, conta Marco Antônio Zonta, biomédico e representante da Inside Diagnósticos, laboratório responsável pelo serviço em Sorocaba.
O estudo também contará com apoio de membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerou o trabalho como vitrine para o SUS.
No Brasil, rastreamento por genotipagem também é realizado em Alagoas, Piauí e Rio Grande do Sul. O método permite que as mulheres portadoras do vírus sejam identificadas antes mesmo de terem lesões, enquanto o método tradicional permite, geralmente, a identificação somente após o aparecimento das feridas.
Sendo assim, enquanto política pública implementada, o serviço ofertado traz ganhos enormes, evitando que a saúde das mulheres seja comprometida com evolução da doença, melhorando qualidade de vida, bem como de índices de morbidade e mortalidade, diminuindo a necessidade de internações, cirurgias, tratamentos e exames invasivos.
O método permite ainda que as mulheres identificadas com exame negativo realizem o teste novamente após cinco anos, em vez da periodicidade anual ou bianual como é com o método tradicional. Isso contribui para desafogar a rede, diminuindo filas de espera para realização dos exames.
A experiência também contribui para identificar as localidades com maior índice de infecção pelo HPV, propiciando intensificar políticas públicas nesses locais, como campanhas para a vacinação e ampliação da oferta de exames.
“O reconhecimento e a oportunidade desta mostra em âmbito internacional é fruto de um trabalho muito importante realizado na prevenção da saúde da mulher”, conclui a biomédica e supervisora de área da Secretaria da Saúde de Sorocaba, Daniangela de Grandi Barbosa. (Da Redação)