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Pacientes do Iamspe reclamam do fim de transporte gratuito em Sorocaba

11 de Novembro de 2024 às 22:00
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Prefeitura informa que o corte foi realizado em 1º de novembro e que os usuários foram avisados com antecedência
Prefeitura informa que o corte foi realizado em 1º de novembro e que os usuários foram avisados com antecedência (Crédito: DIVULGAÇÃO)


A interrupção do transporte de pacientes de Sorocaba para o Hospital do Servidor Público, em São Paulo, gerou descontentamento entre usuários que dependiam do serviço para tratamentos essenciais, como hemodiálise, câncer, rins e coração. A decisão, anunciada pela Prefeitura de Sorocaba no início de novembro, pegou de surpresa pacientes que, sem aviso prévio, descobriram que teriam de arcar por conta própria com o transporte até a capital.

A moradora de Sorocaba e agente de organização escolar, Sueli Santos, que integra um grupo de pacientes em tratamento no Hospital do Servidor, relatou o impacto da decisão. Segundo Sue, como prefere ser chamada, “a Prefeitura sempre levou os pacientes do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo) para tratamento que não tem em Sorocaba, mas este mês o prefeito resolveu cortar”, conta, indignada com a situação.

Ainda de acordo com ela, a administração municipal sempre levava um grupo de pessoas, mas “agora dizem que só pode atender ao SUS, que nós somos convênio. Só que nós não somos convênio, é uma assistência médica do Governo do Estado”, explica Sue. Ela ressalta que há muitos tratamentos que não têm em Sorocaba, só no Hospital do Servidor, lá em São Paulo.

A agente também relata sobre os gastos para ir e voltar até o Servidor, porque “fica muito caro, fica em volta de 150 reais por pessoa. E se a pessoa for uma pessoa idosa que precisa de acompanhamento, daí já são 300 reais”, conta. O trajeto também é um problema. Metrôs, lances de escadas e filas são comuns para chegar até o destino. “São sete lances de escada, você fica transitando até chegar lá embaixo. É muito difícil! Então, eu acho que a gente poderia continuar sendo assistido pelo prefeito, mas ele se nega a ajudar.”

“De uma hora para outra, a Prefeitura cortou o atendimento do transporte para o Hospital do Servidor, onde muitas pessoas fazem tratamento vital. O cancelamento acarretará, para muitas dessas pessoas, a interrupção no tratamento que vem sendo feito já há bastante tempo”, afirma Sue. Ela diz que muitos pacientes, que agendaram o transporte na Casa do Cidadão, foram surpreendidos ao buscar a confirmação e descobrir que o serviço havia sido cancelado.

Prefeitura responde

Em resposta ao questionamento, a Prefeitura de Sorocaba confirmou o fim do transporte para pacientes conveniados ao Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), justificando que a medida visa priorizar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a administração, o serviço era anteriormente oferecido de forma complementar, apenas quando havia vagas disponíveis e o trajeto coincidia com o de pacientes do SUS.

A Prefeitura informou que o corte começou em 1º de novembro e que os usuários foram avisados com antecedência. “A disponibilização de transporte a usuários que não sejam atendidos em hospitais e clínicas do SUS é de responsabilidade do próprio beneficiário, junto ao convênio médico”, destaca o comunicado.

O Transporte Sanitário Eletivo, segundo a Prefeitura, é regulamentado pela Resolução GM/MS nº 13, de 23 de fevereiro de 2017, e pela Portaria GM/MS nº 2.563, de 3 de outubro de 2017, e é destinado exclusivamente ao deslocamento de usuários para procedimentos eletivos no SUS.

Impacto na população

Para muitos dos pacientes, que dependiam do transporte gratuito oferecido pela Prefeitura, a medida representa um obstáculo considerável. De acordo com Sueli Santos, “a maioria dos usuários do serviço não tem condições financeiras para custear viagens frequentes a São Paulo”. A mudança na política de transporte impacta, principalmente, pacientes com limitações financeiras e tratamentos de longo prazo, cujas idas ao hospital são frequentes e essenciais para manter a saúde e a continuidade dos procedimentos médicos. (João Frizo - programa de estágio)