Mau cheiro
Vazamento de esgoto e sobrecarga de tubulações preocupam moradores em Sorocaba
Saae explica que a causa é o excesso de gorduras e tecidos na tubulação, despejados irregularmente
Moradores da Vila Rica 2, em Sorocaba, enfrentam um grave problema de vazamento de esgoto e mau cheiro devido ao rompimento de uma tubulação. Arielle França e seu pai, moradores do bairro, descreveram os transtornos causados pelo odor intenso e pelo acúmulo de esgoto na região, localizada próxima ao SOS Sorocaba.
Arielle explicou que o vazamento persiste há dias e se a situação não for solucionada rapidamente, pode afetar ainda mais a qualidade de vida dos residentes e o ambiente ao redor. “Meu pai é morador do bairro e desde o início do ano enfrenta este problema, e nesses últimos meses de maneira constante”, conta a moradora.
Procurada pelo Cruzeiro do Sul na tarde de segunda-feira (4), ela informou que “nesse momento não está vazando, porém estamos enfrentando o problema há meses. Os reparos são paliativos. Em questão de dias o esgoto volta a imergir”.
O problema da Vila Rica 2 parece refletir uma situação semelhante ocorrida recentemente no Jardim Gutierres, na rua Ramon Haro Martini, próximo ao antigo Hospital Teixeira Lima. Em apenas uma semana, dois rompimentos de tubulação foram registrados e consertados pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). A recorrência dos incidentes levantou dúvidas sobre uma possível sobrecarga no sistema de esgoto da cidade, em especial nas regiões que têm recebido novos empreendimentos residenciais, como prédios e condomínios.
Resposta do Saae
A equipe de reportagem entrou em contato com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), que informou que intensificou a fiscalização e manutenções na rede de esgoto na região do SOS, devido a “entupimentos causados por excesso de gorduras e tecidos na tubulação, despejados irregularmente. Quanto ao outro caso, a manutenção ocorreu devido à erosão no talude que sustentava a rede coletora, que passa por ali há anos”, diz o Saae, em nota.
Ainda, quanto aos novos empreendimentos, toda vez que surge projeto é feito estudo específico, prevendo ações para reforço da infraestrutura de água e esgoto para aquela região.
O que diz a Aeas?
A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (Aeas) também foi consultada sobre a questão. De acordo com Fernanda Ferreira Cirqueira, engenheira civil, especialista em patologias das construções, e em estruturas de concreto armado, e 1º diretora secretária da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba, é essencial que o crescimento urbano seja acompanhado por uma atualização das infraestruturas de saneamento. “Para mexer nas tubulações é preciso de um estudo específico feito pela Prefeitura e pelo Saae. Daí sim, surge uma aprovação e necessidade para realizar um projeto de novas tubulações no local”, apontou.
Fernanda ressaltou que, embora o acúmulo de sujeira seja muito, o Saae precisaria diminuir o intervalo de tempo em que realiza as manutenções das tubulações em Sorocaba. (João Frizo - programa de estágio)