O TamPets Sorocaba é uma ação que surgiu da necessidade de sua idealizadora, Eliada Marcos, de auxiliar a causa animal com algo além de doações em dinheiro. Então, sua ideia foi juntar tampinhas plásticas, usadas na arrecadação de dinheiro para a castração de animais em situação de vulnerabilidade. O projeto começou há quase cinco anos, na garagem da casa de Eliada, mais conhecida como Lia. “No início, fiz tudo sozinha, recolhia os materiais, fazia a triagem e a venda. Tudo direto da garagem da minha casa. O primeiro ano do projeto foi bem crítico e o trabalho cansativo, mas segui perseverante”, afirma Lia.

Atualmente, o TamPets, que se iniciou em outubro de 2019, já arrecadou mais de 52 milhões de tampinhas, convertidas em 2.469 castrações de gatos e cachorros. As cirurgias são pagas 100% com o que é levantado da venda dos reciclados, tornando a iniciativa totalmente autossuficiente. O projeto também conta com mais de 50 voluntários e 165 pontos de coleta só em Sorocaba, e mais 69 em outros municípios.

A ação funciona de forma simples, os pontos de coleta normalmente ficam em comércios, clínicas veterinárias, escolas e empresas, onde é possível levar as tampinhas plásticas para que depois sejam recolhidas e direcionadas à triagem. O valor arrecadado da venda das reciclagens é repassado para clínicas que, então, realizam a castração dos animais escolhidos. Durante o mês de setembro, foi mais de 1 milhão coletado, beneficiando 44 felinos e 10 caninos. “Para castrar apenas um gato, é necessário cerca de 25 mil tampinhas; pode parecer muito, mas as tampas são simples de encontrar, qualquer um tem, pelo menos, algumas em casa, é uma ‘moeda de troca’ de muito fácil acesso”, esclarece Lia.

“Escolhi focar na castração por ser a raiz do problema. Castrando animais de ONGs, abrigos ou assistidos por protetores, diminuímos muito as ninhadas indesejadas e, consequentemente, o número de animais nas ruas”, explica Lia. “Meu maior objetivo sempre foi ajudar os tutores em situação de vulnerabilidade social e seus animaizinhos, aqueles que realmente não possuem condições para pagar o procedimento”.

Importância da conscientização

Lia relata que um dos verdadeiros pilares do projeto são as escolas. “Além dos pontos de coleta, vamos até alguns locais levando uma espécie de palestra, que conta a história do TamPets e também fala muito sobre conscientização em relação à reciclagem e ao meio ambiente. Atualmente, uma grande parte do que arrecadamos vem dos alunos e professoras”.

A professora de educação física Maria Stela é uma delas. Uma palestra foi feita na escola onde trabalha, em 2023, e, desde então, ela leva como missão a conscientização dos alunos tanto para causa animal quanto para o meio ambiente. “Eu descobri o projeto pelas redes sociais e recolhia uma pequena quantidade para levar aos pontos de coleta quando podia, mas foi quando a Lia veio até a escola com a palestra que as arrecadações realmente cresceram. Passamos de pouco mais de 1 kg em alguns meses para 13 kg, só em setembro”, diz a educadora.

Maria também aponta o engajamento dos alunos no projeto e que isso tem feito com que eles venham mudando de hábito em prol da causa. “Hoje não vemos mais tampinhas ou outros objetos plásticos jogados no chão das salas ou no pátio da escola. Foi uma ótima forma de unir a importância da causa animal aos bons costumes da reciclagem.”

Outras informações

O projeto possui pontos de coleta em várias regiões de Sorocaba, e também em cidades vizinhas como Votorantim, Araçoiaba da Serra e Boituva. É possível acessar a lista completa dos pontos e endereços pelo site www.projetotampetsorocaba.com, pelo qual, é possível obter outras informações sobre o TamPets. (Livian Regaçoni - programa de estágio)