Mobilidade
Sorocaba ocupa o 4º lugar no ranking de mortes no trânsito
Entre janeiro e julho deste ano, foram 73 óbitos, sendo oito em julho, informa o Infosiga
Depois de liderar em junho o ranking de mortes no trânsito no Estado de São Paulo, considerando os últimos 12 meses e proporcionalmente à população, Sorocaba melhorou a sua posição e agora acupa o 4º lugar, atrás de Praia Grande, Jundiaí e Piracicaba. A taxa em Sorocaba em julho foi de 15,14 mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes, no período de 12 meses. Em junho, era de 15,27. Já na cidade do litoral paulista o índice sobe para 16,29.
A diferença entre as ocorrências de junho e julho em Sorocaba é mínima para menos. O fator determinante para a melhora de posição no ranking é que as mortes no trânsito foram ainda maiores em Praia Grande, Jundiaí e Piracicaba.
Em Sorocaba, números absolutos, entre janeiro e julho deste ano, foram 73 mortes no trânsito sorocabano, sendo oito em julho. Abril foi o mais letal com 18 óbitos. Em 2023 foram 52 mortes nos primeiros sete meses. Ao longo de 12 meses foram 90.
Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito (Infosiga), ligado ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). O levantamento leva em consideração as 25 cidades do Estado com mais de 300 mil habitantes.
Para o especialista em trânsito, Renato Campestrini, a redução na taxa de 0,13 é baixa, “mas ainda assim precisa ser louvada pois vidas foram salvas, famílias preservadas”. Ele esclarece, ainda, que os dados do Infosiga unem acidentes em trechos rodoviários e urbanos, o que não mostra a realidade em sua totalidade. “Entendemos que para uma avaliação justa, é preciso apurar de forma distinta qual o número de óbitos registrados nas vias urbanas, de competência municipal e rodovias, do Estado, algumas entregues à concessão para que a comparação seja adequada”, complementa.
Ao Cruzeiro do Sul, Campestrini analisou que até 23 de agosto deste ano são 66 óbitos, sendo 51 nas vias municipais e 15 em rodovias, além de outros registros sem atribuição de circunscrição das vias, o que representa índice de nove mortes para cada 100 mil habitantes. “Com o refinamento dos dados, temos para 2024 até agora a taxa de 6,35 para o município e 2,04 para rodovias, lembrando sempre que o ideal é que esses números estejam sempre o mais próximo de zero”, explicou o especialista.
Quem vive o trânsito sorocabano diariamente sabe que não está fácil enfrentá-lo. Leandro Henrique Alves Ribeiro Sobreira acredita que dirigir em Sorocaba tem piorado a cada dia. “Tem gente que pega o carro e se transforma, vira outra pessoa e, infelizmente para pior. O carro parece que vira uma armadura e a pessoa acha que vira rei”, desabafou o auxiliar de produção que já sofreu dois acidentes de trânsito. “Nas duas ocasiões bateram em mim enquanto estava parado. Felizmente eu e meu filho não ficamos machucados, mas é comum ver acidente por aí, principalmente de motociclista que abusa por aí”, relatou. E não é só percepção. Nos dados do Infosiga, as mortes por motos, apenas para o sexo masculino, representam 76% de janeiro a setembro deste ano. O feminino é de 24%.
Como melhorar
Para atingir o objetivo esperado, o zero morte no trânsito, além das ações do poder público, é importante o auxílio dos condutores, em especial das motocicletas, pedestres, com o respeito voluntário às regras, evitando o excesso de velocidade, o uso do celular ao volante ou avanço do sinal vermelho, criando de tal forma um ambiente seguro e harmonioso no trânsito”, opina Campestrini.
A funcionária pública que dirige há 13 anos, Giovanna Helena Rodriguel Cattani tem opinião parecida. Para ela, a pressa e a falta de atenção são os principais problemas para acidentes na cidade, até mesmo dos que não têm gravidade. “Se as pessoas se colocassem no lugar das outras também ajudaria. O trânsito é feito por todos e ter consciência deveria ser a primeira ação ao sair com o veículo por aí”, finaliza a profissional de 33 anos.