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Capela de João de Camargo segue sob risco de desmoronar

Processo de restauração enfrenta obstáculos, informam voluntários

20 de Agosto de 2024 às 22:00
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Associação que administra a Capela reafirma necessidade de medidas urgentes para preservar a tradicional capela
Associação que administra a Capela reafirma necessidade de medidas urgentes para preservar a tradicional capela (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (20/8/2024))


A Capela Senhor do Bonfim, também conhecida como Capela de João de Camargo, segue ameaçada de desmoronamento, apesar das obras emergenciais realizadas pela Associação Espírita e Beneficente Capela do Senhor do Bonfim, com fundos arrecadados por meio da mobilização de voluntários e pela iniciativa privada. No começo deste ano, a Capela ficou bastante prejudicada devido à enchente que danificou grande parte do local.

No entanto, as obras de reconstrução e restauração da capela ainda não foram iniciadas, conforme informações da Comissão de Trabalho Viva Nhô João de Camargo, formada por voluntários para promover a restauração da capela. A falta de documentos técnicos essenciais tem impedido o início dos trabalhos, segundo Adilene Cavalheiro, integrante da comissão. Ela acrescenta, “que até o momento não há nenhuma ação concreta de restauração, devido à falta de laudos técnicos fundamentais para a reconstrução e restauração da capela e que permite, por lei, a catalogação das obras. Sem esse material, que fornece a compreensão técnica necessária para o restauro das partes externa e interna da capela, a busca por recursos torna-se inviável”, diz a voluntária.

O presidente da Associação Espírita e Beneficente Capela Nosso Senhor do Bonfim, mantenedora da Capela, Adriano Ramos Molina, explica que as obras emergenciais continuam com a ajuda da iniciativa privada. “A verba prometida pelo poder público determinada em audiência pública realizada em janeiro deste ano, no valor de R$ 100 mil do Fundo Cultural ainda não foi liberada, ou seja, ainda não tivemos auxílio público”, afirma.

“As obras que foram realizadas até agora compreendem o muro frontal, que foi reerguido e elevado para tentar dar uma melhor proteção contra as águas vindas da avenida Barão de Tatuí e entorno, o sistema de drenagem foi refeito para tentar diminuir o impacto com as águas da chuva e da mesma maneira, elevamos a altura do muro que fica na parte de trás da capela, numa tentativa de diminuir o risco em caso de enchentes do riacho que corre aos fundos. Também reerguemos a estrutura da cozinha de João de Camargo que havia desabado completamente”, informa Molina.

O presidente diz ainda que “as paredes internas da capela, que eram utilizadas como residência de Nhô João e apresentava trincas, estão sendo restauradas, respeitando os critérios de conservação. A nave principal da capela já foi concluída e reaberta para os visitantes. Atualmente, as obras estão focadas no reforço da fundação da sala do terço”.

A capela foi reaberta parcialmente, há 3 meses, com visitas à nave principal e à sala onde é celebrado os terços aos domingos. O funcionamento é de segunda a sábado das 8h às 15h45, fechando para almoço das 12h às 13h30. Aos domingos funciona das 8h às 12h, sendo o início do terço às 10h.

Segundo Molina, as atividades festivas estão sendo mantidas, como por exemplo, o terço em homenagem a João de Camargo em seu aniversário que foi realizado em julho no Jardim da Capela e está mantida a programação da festa tradicional no dia das crianças para toda a comunidade gratuitamente. “Também deixamos o espaço aberto para a comemoração do dia da Consciência Negra. Isso para manter a igreja aberta e viva”, enfatiza Molina.

O que diz a Prefeitura

Questionada pelo Cruzeiro do Sul, a Prefeitura de Sorocaba disse que “reconhece a necessidade e a importância do restauro da Capela de João de Camargo, um patrimônio histórico de Sorocaba, e está, neste momento, avaliando de forma técnica e jurídica a possibilidade de promover a transferência de recursos públicos do Fundo Municipal de Cultura à associação responsável pela capela, já que se trata de um imóvel particular”. A Prefeitura explica que “devido à sua relevância histórico-cultural é de extrema importância que a associação esteja junto da Secretaria da Cultura (Secult) para encontrar a melhor solução para esse caso”. (Cláudia Almeida Jacob)