Sorocaba - 370 anos
Atletas apresentam Sorocaba para o mundo
Em todas as disputas, na quadra, nas pistas ou nos gramados, atletas que amam a cidade se orgulham de dizer de onde vieram
Sorocaba abriga muitos sonhadores que almejam um dia conquistar e fazer o seu nome. Principalmente no esporte, onde as oportunidades oferecidas podem representar a cidade para o Estado, País e mundo, tornando referência para muitos. Por isso, o jornal Cruzeiro do Sul conversou com personalidades do automobilismo, vôlei, futebol e patins, que elevaram o nome da cidade e trouxeram reconhecimento. Além de clubes de diversas modalidades que fazem parte dessa rica história.
Átila Abreu
Dono de uma carreira de muito sucesso no automobilismo e no meio empresarial, Átila Abreu, não deixa de lado seu amor por Sorocaba. Para ele, “as palavras de motivação e a torcida do povo sorocabano são o combustível para conseguir levar o nome da cidade para todo o Brasil e para o mundo”.
Nascido em 10 de maio de 1987, em Sorocaba, Átila começou sua vida correndo em 1996 no kart, após incentivo de um amigo de seu pai. Mesmo não tendo histórico de pilotos na família, seu pai, João Abreu, foi uma das pessoas que mais o apoiou no início. Passados poucos anos, já era visto muito potencial nele, tanto que já conquistara o campeonato paulista e o bicampeonato brasileiro da modalidade.
Sua rápida ascensão e bagagem de sucesso nacional fez com que o jovem piloto de Sorocaba migrasse para a Europa, com grande impacto de imediato logo na sua primeira temporada, sendo coroado com terceiro lugar geral no campeonato.
O sucesso em solo europeu lhe rendeu em 2003 uma oportunidade na Fórmula BMW, uma das principais categorias que levavam jovens pilotos até a sonhada oportunidade na Fórmula 1. Átila terminou sua primeira temporada em sétimo lugar geral. No ano seguinte, um vice-campeonato atrás apenas do alemão Sebastian Vettel, seu companheiro de equipe, momento em que a habilidade do sorocabano chamou atenção de algumas equipes da Fórmula 1, fazendo alguns testes. No entanto, devido a problemas com a sua altura, o piloto optou por abandonar seu sonho de correr na principal categoria de monopostos e se dedicar aos estudos.
No ano de 2006, ele recebeu um convite e decidiu voltar para o automobilismo correndo por carros de turismo, onde sua altura não seria um empecilho, só que agora na Stock Car, uma das maiores competições nacionais e internacionais de carros de rua.
E desde que fez uma temporada completa, Átila, nunca ficou fora dos playoffs da competição. Em 2014, ficou muito próximo de conquistar o título inédito, colocando o nome da cidade no pódio mais cobiçado do Brasil diversas vezes, mas ficou com o vice-campeonato, atrás apenas de Rubens Barrichelo, um dos maiores pilotos brasileiros da história. Além de correr na Stock Car, Átila também compete pela Porsche Endurance, corrida de longa duração, categoria que ele já teve vitórias internacionais importantes.
Mesmo com todo esse sucesso no automobilismo, Átila mantém seus empreendimentos pela região de Sorocaba e faz questão de cuidar pessoalmente. Na visão dele “a cidade tem toda estrutura e suporte que preciso”.
Questionado sobre o porquê ele continua a correr, mesmo tendo sucesso como empresário, a resposta é clara, “é um agradecimento a Sorocaba pela energia das pessoas, pelas palavras de carinho dos fãs e principalmente pela oportunidade de levar o nome da cidade sempre no lugar mais alto do pódio”.
Ana Beatriz
Mesmo tendo a oportunidade de jogar fora do País e morar em cidades maiores que Sorocaba, Ana Beatriz Corrêa, a Bia, faz questão de voltar sempre que pode para a cidade que “ama de paixão”. Nascida em 7 de fevereiro de 1992, em Sorocaba, Bia teve seu primeiro contato com o vôlei ainda muito nova, sempre gostava de praticar quase todos os esportes na escola em que estudava e também fora dela, mas o vôlei era o que ela não tinha tido contato ainda. E um professor de seu colégio marcou um amistoso contra uma escolinha de vôlei e falou para o pai de Bia para levá-la para brincar, porque ela já era alta para a idade e talvez fosse gostar da experiência. Dito e feito, Bia gostou muito e logo pediu para ser matriculada na escolinha que jogou o amistoso. Sua ascensão foi muito rápida, seis meses depois já estava jogando em um time de Osasco.
Ela se destacou nas categorias de base do Finasa Osasco e logo chamou a atenção da seleção brasileira juvenil. Com uma formação sólida em clubes de prestígio, como Sollys/Osasco, Sesi-SP, Vôlei Nestlé Osasco, Scandicci da Itália e Sesi/Bauru atualmente, ela rapidamente se tornou uma figura importante no vôlei nacional. Sua habilidade como bloqueadora e sua versatilidade em quadra a destacaram em equipes de renome, em competições nacionais e internacionais.
Além do sucesso nos clubes, Bia também teve uma carreira notável com a seleção brasileira. Com a amarelinha, participou e ganhou diversas competições internacionais, incluindo o título mundial em 2017, Liga das Nações e a Olimpíada de Tóquio em 2020, na qual ela foi medalha de prata. Para ela, chegar na seleção principal, “além de ser sonho de todos atletas, é fruto de muito trabalho. Por isso fiz questão de aproveitar cada momento com essa camisa”.
Ainda fez questão de lembrar de sua partida mais emocionante pela seleção, na final do Gran Prix em 2017. “A mídia desconfiava muito da renovação que a seleção estava passando e mesmo assim conseguimos o título, e fui eleita a melhor central do torneio”. A sorocabana diz que é muito grata por representar a cidade em que nasceu: “Comecei toda minha trajetória no vôlei e tive uma infância muito feliz. Uma cidade muito acolhedora, que tem tudo e que está crescendo cada vez mais”.
Ademir de Barros
“Sou grato por tudo o que vivi e vivo em Sorocaba”. Essas são as palavras de Ademir de Barros, o Paraná, ex-jogador de futebol, que vestiu a camisa da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, ao lado do Rei Pelé.
Paraná nasceu em Cambará (PR), em 21 de março de 1942. No entanto, veio para Sorocaba aos 7 anos junto a sua família, pois seu pai tinha conseguido um emprego muito bom na época.
Sua trajetória de sucesso na cidade começou quando ele estava a caminho da escola e avistou um jornal no chão, então logo o pegou e viu que a gráfica do jornal Cruzeiro do Sul estava contratando, com isso, foi direto na gráfica para se candidatar à vaga e conseguiu o emprego. Um dos chefes dele na gráfica organizava torneios de futebol pela cidade, e sempre que o encontrava, pedia permissão para jogar, mas não era atendido, até que de tanto insistir, conseguiu uma oportunidade para jogar e surpreendeu a todos com o seu talento.
Seu Otto, chefe dele na gráfica, mesmo vendo talento no menino não permitia que ele jogasse muito por medo dele se machucar. Passado algum tempo e já no ano de 1956, ele viu que o São Bento, time da cidade, estava recrutando jogadores para treinar com o time amador, e participou de um treino de experiência.
Seu talento chamou a atenção do treinador Gaudino, responsável pelo time, que o convidou para continuar treinando e disputar os torneios. Seu tempo como jogador de base durou pouco. Em 1959, assinou o primeiro contrato profissional com a equipe do São Bento. Paraná, lembra, rindo, da situação em que o presidente do time sorocabano foi até sua casa para assinar o contrato e deu uma televisão de bônus pela assinatura.
Como atleta da equipe sorocabana, jogou até 1965 quando precisou se transferir para o São Paulo para abater uma dívida do time com o clube da capital. Não era a sua primeira opção, ele queria jogar no Santos de Pelé, mas acabou indo para o tricolor paulista. Em seu primeiro ano de São Paulo manteve o nível alto de atuação. A seleção buscava seu tricampeonato mundial e vinha com os melhores da época. Contudo, uma lesão dele e do próprio Pelé na primeira partida, tiraram eles dos jogos seguintes. Com os desfalques, o time teve dificuldades na Copa e acabaram eliminados precocemente.
Essa eliminação marcou muito, mas não atrapalhou o futuro dele como jogador. Pelo São Paulo ele foi bicampeão paulista (1970 e 1971) e jogou até 1973. Após isso, Paraná jogou por mais algumas equipes pelo Brasil até que se aposentou em 1980. Ele se recorda com clareza de tudo o que o futebol proporcionou para ele e à família, e acredita que “se não tivesse vindo morar em Sorocaba, em 1954, não conseguiria ter toda essa história”.
Ana Júlia Silva
Apesar da pouca idade, Ana Júlia Silva, a Julika, fica muito feliz em praticar o esporte que ama e ainda representar Sorocaba e o Brasil. Ela começou a patinar aos 5 anos, em 2014, por um projeto social chamado Abelhas Inline, no CEU das Artes, no bairro Laranjeiras, zona norte de Sorocaba. O responsável pelo projeto social e treinador da sorocabana, Róger Campos, contou que ela via o pessoal mais velho praticando perto de sua casa e quis participar. Com o passar do tempo, ficou notória a sua capacidade para fazer manobras.
O talento logo foi reconhecido e ela recebeu convite para participar de um torneio. Desde então, compete constantemente, acumulando títulos paulistas, brasileiros, sul-americanos e o mundial da categoria em 2022, que aconteceu na Argentina. Esse título rendeu a ela o apelido de Princesa do Patins.
Em 2023, dos 18 campeonatos nacionais que ela disputou, ganhou 15, com um terceiro lugar e dois vices, um desses vices, ela disputou com 60 homens. Neste ano já ganhou 8 campeonatos. Na Holanda, seu principal título no ano, disputou com mais de 5 mil competidores.
No mês que vem, a patinadora sorocabana vai em busca do bicampeonato mundial em Roma, na Itália, participando de três modalidades: Park, Street e Vertical. Julika será a porta-bandeira do Brasil na competição.
Magnus Futsal
Com a parceria firmada entre Sorocaba Futsal e a Adimax Pet surge, em 2016, o Magnus Futsal, uma das principais equipes do futsal mundial.
Apesar do pouco tempo de existência com o novo nome, o time acumula títulos expressivos no Estado, como campeonato paulista 2020, 2022 e 2023; no Brasil, como a Liga Nacional em 2020; sul-americano, como a Libertadores em 2024; e mundial, como a Taça Intercontinental em 2016, 2018 e 2019. Além de ser o clube em que o maior jogador de todos os tempos foi campeão e encerrou sua vitoriosa carreira, o Rei do Futsal, Falcão.
Liga Sorocabana de Basquete
A Liga Sorocabana de Basquete (LSB) tradicional equipe do basquete brasileiro e principal representante da nossa cidade, surgiu em 1997 com apoio da Prefeitura de Sorocaba, que tinha o objetivo de resgatar o basquete na cidade e ter um time disputando o campeonato nacional. A cidade não tinha um time na elite do basquete nacional desde 1996, quando a equipe feminina do Atlético Sorocaba encerrou as atividades.
Em 2011, a equipe conseguiu a tão sonhada vaga para participar pela primeira vez da elite do basquete brasileiro, o Novo Basquete Brasil. O LSB tem em sua história dois títulos, o primeiro em 2010, o Torneio Novo Milênio, e em 2023, foi campeão da Copa São Paulo de Basquete, ambas as competições foram organizadas pela Federação Paulista de Basketball.
Esporte Clube São Bento
O Esporte Clube São Bento nasceu em 14 de setembro de 1913, em Sorocaba. É o principal time de futebol da cidade. Ao longo de sua história, conquistou o título da Primeira Divisão do Paulista (1963), garantindo acesso à Divisão Especial, o mais alto nível do futebol paulista na época. Nos anos 80, conquistou a Taça Estado de São Paulo (1985). Após um período na Série A3 durante os anos 90, o clube ressurgiu nos anos 2000, conquistando títulos da Série A3 (2001) e da Copa Estado de São Paulo (2002). Em 2005, retornou à elite paulista e, após alguns anos de dificuldades, voltou à Série A2 em 2013, no seu centenário, e à Série A1 em 2014.
Em 2016, o São Bento obteve o quinto lugar no Campeonato Paulista, garantindo o retorno às competições nacionais, das quais estava ausente desde 1992. O clube alcançou a Série B do Campeonato Brasileiro em 2017, mas no momento não disputa competições nacionais.
Renasce Vôlei Sorocaba
O Renasce Vôlei Sorocaba é um projeto que busca resgatar o legado do vôlei feminino na cidade, que teve grande destaque nas décadas de 80 e 90 com as equipes Lufkin e Leite Moça/Leites Nestlé. Fundado em 2021 pelos professores Douglas Santa Anna e Clóvis Granado, o time tem como meta colocar Sorocaba novamente na elite do voleibol nacional. Em pouco tempo de existência, o Renasce Vôlei Sorocaba já conquistou o acesso à Divisão Especial do Campeonato Paulista, vaga na Superliga B e o bicampeonato dos Jogos Abertos do Interior. (Murilo Aguiar - programa de estágio)
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