Fundado em 2012, o Parque Tecnológico de Sorocaba é um ambiente de transformação. Com o objetivo de disseminar a cultura da inovação e empreendedorismo para o desenvolvimento sustentável da Região Metropolitana de Sorocaba, o parque tem como foco a tecnologia 4.0. Há 12 anos, o PTS tem relação direta com a cidade, pois, os projetos desenvolvidos neste centro são levados para as ruas do município. A ideia do parque é gerar soluções para as empresas e também para os cidadãos por meio de iniciativas que podem ser aplicadas no comércio, lazer e saúde, entre outras áreas. Para explicar a dimensão do local Nelson Cancellara, presidente do Parque Tecnológico, falou sobre o futuro do Parque, que pretende acompanhar o desenvolvimento da cidade, que deve crescer, ainda mais, nos próximos anos.

Quando a gente fala de Parque Tecnológico, esse nome — tecnológico — a gente imagina algo muito amplo, o que é esse Parque Tecnológico, de fato, é essa amplitude toda que a gente imagina quando pensa no nome?
A gente tem que pegar até o conceito. Esse parque tem 12 anos. Lá atrás, quando se idealizou isso, a gente participou dessa idealização. A ideia era criar um ambiente para desenvolvimento de novas tecnologias para dar esse apoio às indústrias locais, aos cidadãos em si. Quando você fala em tecnologia — e a gente confunde um pouco tecnologia e inovação — inovação é tudo aquilo que você transforma em uma forma melhor para facilitar a vida de alguém, então, você tinha um telefone antigamente, mais analógico, ele recebia uma inovação, uma transformação, com mais tecnologias, para facilitar a vida das pessoas. E aqui não foi diferente. O propósito do Parque inicialmente foi isso. Criarmos um grande centro de desenvolvimento tecnológico, mas dentro de uma vocação que a cidade tem ou que a região tem. E Sorocaba é uma região muito industrial. Nós temos aqui, por exemplo, o maior centro piloto que é o centro de excelência e Tecnologia 4.0 — que é um grande hub. Aqui nós procuramos trazer soluções para as empresas ou para o cidadão, comércio, para a saúde, por exemplo, que possa contribuir de alguma forma para solucionar problemas.

Nós temos uma vocação na área de energias renováveis, que é fotovoltaica, na área de eólica, temos aqui três empresas que atuam nesses segmentos. Estamos construindo uma usina fotovoltaica bastante grande, enfim... A tecnologia é bem ampla, efetivamente, em todos os setores você tem isso, mas aqui a gente procurou dar um norte para que o Parque seja reconhecido dentro de uma vocação. Então, para te dar um exemplo, se você pensar na área de Defesa, você tem um parque tecnológico em São José dos Campos, se você pensar ‘qual é o parque que é bem situado no setor de Comunicação?’, é Campinas, área de Saúde você tem Ribeirão Preto, área de TI é porto digital em Recife, então, nós tentamos, e estamos buscando cada vez mais, focar nessa questão de Tecnologia 4.0, até porque a nossa região tem mais de 4 mil indústrias, mais de 30 mil setores de comércio e assim por diante.

Cancellara, você disse que o Parque tem 12 anos. Se a gente for parar para pensar, 12 anos não é tanta coisa, mas nessa questão de tecnologia é muita coisa, então, nesse sentido que estamos conversando, o que Sorocaba teve de mudanças nesse período e de que forma o Parque pôde contribuir?

Nós estamos com quatro empresas, uma em funcionamento e três em construção, estamos com mais três projetos de outras empresas de tecnologia. Agora, o que o parque contribuiu com a cidade? Acredito que uma das grandes contribuições é que a cidade começou a reconhecer mais esse equipamento como um grande equipamento que pode servir a cidade com novas tecnologias. Por exemplo, na área de Cidades Inteligentes, nós temos aplicativos que a Prefeitura está usando para várias finalidades, na área de Saúde, na área de Logística, na área de Controle de Documentos etc. Isso é uma coisa que a cidade não tinha e nós levamos isso para a cidade.

Temos alguns setores da cidade hoje que têm internet gratuita para a população, temos um BRT que veio para cá, que é um BRT que tem muita tecnologia embarcada, a startup que cuida de toda a tecnologia do BRT — controle de estações, informações dentro dos ônibus — está intalada dentro do Parque Tecnológico. Se você analisar, nós temos um grande laboratório que auxília as empresas locais a virem para cá e trazer suas dores e a gente consegue, de alguma forma, solucionar, seja ela prototipando produtos, seja ela fazendo design, seja ela fazendo desenvolvimento de tecnologia.

E o que buscamos fazer? Trazer as universidades para cá. O conceito do Parque não é ele que faz. Ele busca parceiros do setor do conhecimento que são as universidades, os institutos de ciência e tecnologia, e faz uma conexão entre empresas, entre o cidadão. Então, o meu papel com o parque é fazer isso. Criar essas sinergias para que se ocorra desenvolvimento, seja ele na área de inovação de produtos, renovação de processos ou novas tecnologias. Novas tecnologias é quando se cria algo que não existe e inovação é quando se melhora algo que já existe.

A gente falou da importância do Parque para a cidade, qual é a importância de Sorocaba para o Parque Tecnológico?

Sorocaba é uma cidade que vai fazer 370 anos. Eu vim para cá em 1991. Eu tinha uma metalúrgica e vim para cá, tenho título de cidadão sorocabano, já tomei leite, quente, que dói o dente da gente (risos). E ela tem uma característica extremamente interessante porque, primeiro, saiu no IBGE 728 mil, eu acho que já tem umas 800 mil pessoas que vivem aqui. É uma cidade que está crescendo muito, então, é uma cidade onde temos um Parque Tecnológico. Se você pensar 5.500 municípios que têm no Brasil, nós temos 60 parques tecnológicos, nós somos privilegiados. Posso dizer que o nosso parque está entre os três melhores do Brasil, então, isso para a cidade, a cidade vem abraçando. Foi uma iniciativa muito interessante, criada lá em 2012, quando ele foi inaugurado. A cidade é uma grande Região Metropolitana, se você pensar que temos hoje 27 municípios que está no entorno, que nós não trabalhamos só para a cidade de Sorocaba, nós atendemos toda a Região Metropolitana. Isso é importante que a cidade como um grande centro, marco econômico da região, ela ter um parque desse e ela apoiando essa iniciativa desse parque, ela não acaba ajudando só Sorocaba.

Para o parque a cidade é importante, porque é uma grande metrópole, uma grande cidade, que acaba de certa forma atraindo muita gente de fora. Nós temos algumas informações do Governo do Estado de que até 2028 essa região vai crescer muito, isso já é uma estimativa feita pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado.

Como o parque vai acompanhar esse crescimento?

Como nós temos um trabalho bastante próximo à Secretaria de Desenvolvimento do Estado, existe um projeto para esse desenvolvimento onde cada entidade, que são várias, Sebrae, Ciesp, Associação Comercial, nós, cada um vai ficar responsável por uma alcinha do guarda-chuva. Obviamente, a gente vai ficar com tudo aquilo que estiver ligado à tecnologia ou até empresas que por ventura venham se instalar para cá, desde que exista dentro dessa empresa pesquisa e desenvolvimento, ela pode se instalar, ela não pode se instalar aqui unicamente para produção. Um dos pré-requisitos para isso é que ela traga para cá pesquisa e desenvolvimento sustentável. Então, esse será o nosso papel, contribuir nesse desenvolvimento regional dentro da área de ciência e tecnologia e inovação, esse será o grande norte que a gente abraçou e vamos tentar dessa forma contribuir com esse desenvolvimento.