Lojas movimentadas, pessoas apressadas e compras de última hora são apenas alguns dos “agitos” que vemos no Centro, considerado durante muito tempo o “coração” do comércio de Sorocaba. Mas se essa cena era considerada comum, hoje em dia, não é tão comum. Segundo a Associação Comercial de Sorocaba (Acso), muitos comércios têm fechado suas portas por inúmeros motivos, reduzindo a movimentação nessa região. Muitos comerciantes reclamam da segurança e da chegada de pessoas em situação de rua, sendo esses, alguns dos principais motivos pelo encerramento das atividades.

Segundo levantamento da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), nos primeiros sete meses do ano há mais imóveis com placas de aluguel; atualmente são 69, enquanto em todo o ano passado foram 52. Já em relação às vendas até o momento, neste ano, 12, enquanto em 2023, foram 16.

Ainda de acordo com a Acso, os comércios que estão sem identificação de aluguel ou venda registram um número menor em relação ao ano passado. O total em 2023 foi de 22 comércios, já no ano de 2024, até o momento, são registradas negociações de 14 imóveis.

Para entender os motivos por trás desses fechamentos, tanto do supermercado e lojas espalhadas pelo centro da cidade, o Cruzeiro do Sul conversou com lojistas das galerias e comerciantes da área. Reinaldo Jorge Silva Soto é aposentado e segundo ele a segurança é um dos fatores predominantes. “A mudança da localização da rodoviária preocupa também, então muitas pessoas fecham as portas. Aqui tem muito assalto, já vi e ouvi diversas pessoas reclamando sobre os que acontecem por aqui”, reclamou Reinaldo.

O Supermercado Paulistão, que operava no prédio da atual rodoviária de Sorocaba, encerrou as suas atividades no dia 29 de julho. A rede de mercados paulista teria mudado o nome desde outubro de 2021, passando a se chamar Peralta, segundo informações dos grupos Savegnago e Peralta. O fechamento do estabelecimento gerou mais apreensão entre os comerciantes da região central, que observaram uma crescente onda de fechamentos de lojas.

E não foi só esse estabelecimento que aumentou a preocupação. Muitas outras lojas populares estão fechando suas portas ou mudando o ponto. Na rua XV de Novembro, ponto muito movimentado de Sorocaba, há lojistas que preferem mudar o local por inúmeros motivos. Segundo a empresária Ediléia Avelar, dona do restaurante Grelhado no Fogo Empório: “Muitas pessoas estão encerrando as atividades nessa rua. O problema principal aqui são as pessoas em situação de rua e a iluminação, aqui não tem luz alguma e algumas pessoas sempre ficam pedindo esmola ou dormindo em algum lugar que atrapalha a passagem”, reclamou Ediléia.

Outros comércios optam por mudar o lugar do imóvel, mas continuam com seu negócio. “Estamos na mesma rua porque sabemos do fluxo e da clientela que temos por aqui. O principal motivo foi o espaço e o preço do aluguel”, contou o funcionário de uma lanchonete que preferiu não se identificar. “Aqui o aluguel sai mais barato”, concluiu

Respostas

Procurada, a Urbes - Trânsito e Transportes, que gerencia a rodoviária, afirmou que “tem contrato com empresa de vigilância patrimonial, para fazer a segurança 24 horas nas plataformas, banheiros públicos e sala de espera na rodoviária. Eles atuam de forma coordenada com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal, acionando as forças policiais, caso preciso, sendo que a GCM faz incursões no interior do prédio, de forma regular”.

“A guarita existente no local da rodoviária, ocupada no passado com posto da PM, foi recuperada e está sendo utilizada de forma compartilhada e integrada, como ponto fixo para equipes do Poder Público que atuam nas áreas de segurança e de assistência social, sobretudo da GCM e do programa “HumanizAção”, informou a Prefeitura de Sorocaba.

Adicionalmente, também atuam no Terminal Rodoviário viaturas da GCM que prestam apoio às equipes do programa “HumanizAção”, cujo trabalho de abordagem social e acolhimento às pessoas em situação de rua prosseguem de maneira ininterrupta no local, diariamente, inclusive, oferecendo pernoite, alimentação completa, roupas limpas e, se necessário, cuidados em saúde.

Além disso, a prefeitura disponibilizou um canal com a Secretaria de Segurança Urbana (Sesu), pelo WhatsApp (15) 99666-2636 (24h por dia) ou pelos telefones: (15) 3229-0777, do SOS; (15) 3212-6900, da Secretaria da Cidadania (Secid) e 153, da GCM para que a população encaminhe denúncias e solicitações. (João Frizo -programa de estágio)